quarta-feira, 21 de outubro de 2009

eu, Luto...



- Quando vai acabar essa pouca vergonha chamada 'favorecimento político'?
- Quando as coisas serão realmente avaliadas e dignamente concluídas, sem quaisquer dúvidas ou chances de protelamento?
- Quando é que nos preocuparemos mais com o país do que com o futebol?
- Quando é que as pessoas irão avaliar suas vidas não como mera participantes de uma escola de samba, mas sim como cidadãs que pagam impostos e que têm os seus direitos?

Não estamos e nem estaremos preparados para os eventos de 2014 e 2016, afinal, mal conseguimos cuidar de uma simples prova de acesso ao ensino superior.
Não estamos e jamais estaremos preparados para um impeachment fidedígno e contextualizado (não foram os caras pintadas que tiraram Collor do poder, ou vocês não se lembram?!).
Não estamos e nunca estaremos preparados para ter um país que reconheça e trabalhe as suas deficiências sem depender da visão estrangeira do mundo.

Por isso, eu... ainda... apenas... Luto.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

♪ "Do leme ao pontal..."



"...não há nada igual!" Diz o refrão de uma das músicas mais populares de Tim Maia que, na verdade, não tem nada a ver com o ocorrido no domingo, 23 de agosto, em Porto Alegre, quando houve consulta popular questionando alteração da lei complementar de n.º 470/2002, na qual previa a permissão ou não de construções habitacionais na área da orla do Guaíba.

Apesar do pleito ser facultativo, o resultado final divulgado às 19:30 contabilizou um total de 22.619 votos, sendo 22.574 válidos, 22 nulos e 23 em branco. Ao todo, 330 urnas foram disponibilizadas em 89 locais da capital. Participaram da apuração funcionários da prefeitura e doTribunal Regional Eleitoral (TRE), juntamente com o prefeito José Fogaça e seu vice, José Fortunati, que acompanharam a apuração no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa.

O ‘não’ ganhou, com 80,7% dos votos válidos, mas muito me questiono quanto a verdadeira necessidade de ter havido um plebiscito desses,inédito no Brasil, e que remete a muitas questões de interesse público e privado. É possível considerar que uma capital com mais de 1,3milhão de habitantes, valide uma eleição com pouco mais de 20 mil pessoas participantes? Investiu-se mais de meio milhão de reais para tal e, para muitos opinantes de mídia, não existiria necessidade de tamanho investimento, já que a lei estava aprovada desde 2002 e não permitiria obras de âmbito residencial. Isto sem considerar outros setores que necessitam investimento. Na verdade, sua alteração sempre fugiu do padrão e da cultura bairrista e provinciana da nossa capital. É mais do que necessário destacar que os votantes do sim têm a vontade de mudar essa imagem e por tal, investiriam não somente em ideais como em esforços para que haja uma maior modernização de Porto Alegre.

Seria insano deixar de lado também o investimento maciço do programa Pró-Guaiba, do governo do Estado que passados 20 anos não conseguiu alcançar o seu objetivo inicial, assumido agora pelo Programa Socioambiental (Pisa), criado em 2007, que prevê um investimento superior a R$ 400 milhões. Este promete a recuperação das águas do nosso cais até 2012. Houve também a substituição da antiga vila‘Cai-cai” pelo Instituto Iberê Camargo, mas esqueceu-se de verificar algumas residências que historicamente ocupam as regiões da orla, não sabendo-se nem por quem autorizadas. Muitas delas passando por cima doprevisto na lei federal (n.º 4771/65) que considera como Àrea de Preservação Permanente (APP) as margens ao longo dos cursos de água e que deve ser respeitado o limite de até 500m para construções de qualquer gênero.

A única certeza que se tem, portanto, é de existir muito calor e apreço pelos 72 quilômetros que formam a orla do gasômetro. Sendo reconhecido internacionalmente como um dos mais belos pôr do sol, recebeu um abraço ao final do dia, num gesto emocionante e valoroso dos portoalegrenses e que destaca, acima de tudo, o respeito mútuo de todos os que votaram pelo não ou pelo sim.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Jayme Sirotsky fala sobre a multiplicidade dos meios de comunicação

O presidente emérito do grupo RBS, Jayme Sirotsky, palestrou sobre o tema ‘A mídia em Transformação’, em evento promovido pelo hospital Mãe de Deus, na quinta-feira, 06 de agosto, em Porto Alegre. O evento, ocorrido no auditório Irmã Maria Jacomina Veronese, contou com a presença de várias personalidades da comunicação e da área médica, inclusive dos colaboradores do ComunicaRS. No auditório ‘Irmã Maria Jacomina Veronese’, Sirotsky trouxe ao público três focos de discussão: a revolução tecnológica e a interatividade, para onde vai a comunicação e os valores permanentes.



Sempre com um tom irreverente e didático, o presidente do Grupo RBS destacou a sobrecarga de informação (information overload), reforçando que, cada vez mais, a mídia necessita reorganizá-la, além de pensar na forma como é repassada ao público para que haja melhor esclarecimento e fácil compreensão. Em dados coletados pelo Ibope em 2008, nunca o brasileiro teve tanto acesso a informações como atualmente. Tal fato preocupa os grandes grupos midiáticos, pois há um crescimento quanto ao acesso à Internet e aos meios de informação alternativos. “É preciso avançar muito mais e, sobretudo, preservar os direitos como o de livre circulação de informações, inclusive àqueles relacionados à saúde. Nesse sentido, sempre haverá conflito”. E exemplifica com o caso da gripe H1N1 que, em pesquisa ao site Google, gera mais de 15,9 milhões de resultados. A forma como os meios de circulação estão cobrindo o surto da gripe foi questionada pelo palestrante.“É correta? Não é? É exagerada? Atende aos interesses melhores da sociedade, não atende?” E acrescenta: “Sempre surgem interpretações subjetivas que vão fazer que haja discussões sobre isso”, instiga Jayme.

Defensor da liberdade de imprensa, Sirotsky deixa claro que ela é irmã gêmea de outras liberdades, mas ressalta que a massificação da informação preocupa, ao considerar a forma como vem sendo repassada. Em curto tempo, ressalta Jayme, o que é moderno pode torna-se comum e, em poucas semanas, ultrapassado. A interatividade também fez parte da abordagem do palestrante. Para ele o leitor é um participante e não apenas um simples absorvedor de informação. E cita como exemplo o Irã, onde os inconformados com os resultados das eleições recorreram às novas tecnologias para burlar a censura de imprensa.



Quanto aos valores permanentes o destaque foi para a confiança da população nas instituições que atuam na mídia. Conforme a mesma pesquisa, os jornais ainda são o maior aliado da população, por atingir 63% da confiabilidade na informação que é transmitida. O impacto para as empresas de comunicação e para seus diferentes alvos de público é presente e prova que a sociedade quer e precisa se informar. O leitor necessita estar o mais próximo possível da oferta de informação que vem sendo produzida. Mesmo assim, ainda não há uma fórmula prática e simples de como fazer a notícia circular de forma adequada e confiável, através da Internet que, diferentemente das rádios e das televisões, já possui, em sua plenitude, um padrão de transmissão de informação.

A diferenciação dos meios está associada à forma de abordagem dos temas, procurando ir além do que a internet faz. A internet vem se tornando um foco de informação rápida e prática, mas não aprofundada e sem grandes detalhamentos. “É necessária a análise, o comentário e o detalhamento, para que a cidadania continue a se formar e a se qualificar” enfatiza Sirotsky.

Enquanto a mídia busca melhorias e novas fórmulas de manter a sua credibilidade, confiança e seu objetivo de atingir o público com conteúdos diversos e confiáveis, Jayme deixa claro que “todos nós sabemos que há muita coisa a consertar”. E complementa ao dizer que “a mídia precisa melhorar”.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A competência do coração*

O coração não sente ciúme. O coração só ama. Quem sente ciúme é o cérebro. Por isso se diz que o ciúme é coisa da cabeça da gente. O ciúme é um sentimento tão pérfido, que não cabe no coração. O ódio também vem do cérebro. Por isso que se diz que estamos com a cabeça quente. O coração só ama. Ternura vem do coração. Tolerância vem do coração. Bondade só vem do coração.



Quando alguém trai a quem ama ou estima, é porque o coração foi superado na luta que ele mantém contra os outros órgãos. Não existe mau caráter original. O caráter só será mau quando o coração não tiver influência sobre ele. E será bom quando o coração o tiver envolvido. Tanto prova que é correta a expressão 'mau caráter'. Mas nunca se ouviu dizer 'mau coração'. Porque no coração só cabem coisas boas. A lixeira do homem está em outras partes, algumas bem notáveis, do seu corpo. No coração não cabe nem um argueiro. O coração é a parte nobre do corpo humano, todas as outras são plebéias, porque se conspurcam.

A benção sai do coração, o impropério salta do cérebro. Saudade nasce no coração, rancor vem do cérebro. Quem dispara a lágrima é o coração. Quem dispara o revólver é o cérebro. E sempre se travará a luta, descrita pelos filósofos, entre o cérebro e o coração. E o incrível é que nesta luta, vença quem vencer, a razão sempre está com o coração. Quando enfrenta o coração, o cérebro perde a razão. ' E o coração tem razões que a própria razão desconhece'.



Razão só tem aquele que tiver coração. Coração só tem aquele que mostrar boa razão.
O cérebro é, portanto, um mero rival do coração. e o homem se corrompe quando o cérebro toma o lugar do coração. Eu às vezes amo tanto, que penso que tenho dois corações, o segundo no lugar do cérebro. Sem cérebro, eu enlouqueço de tanto amar, porque só o cérebro pode travar a corrida alucinada do coração para o amor.
Daí que quem pensa não ama, e quem ama não pensa. Se o destino tiver que escolher entre me avariar o cérebro ou o coração, que me preserve o coração e dane-se meu cérebro. Mil vezes ser um encefalopata do que um cardiopata.
Prefiro vegetar como um idiota, mas tonto de amor.

*texto escrito por Paulo Sant'Ana / fotos: Emmanuel Denaui (Criative)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meio ambiente é tema de discussão na AL

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, veio a Porto Alegre, na quinta-feira, dia 25 de junho, apresentar as mudanças na legislação ambiental e comunicar que será amenizada para os pequenos produtores. A negociação, que durou um mês em Brasília, resultou numa aliança entre ambientalistas e agricultores, com o apoio de entidades que congregam os dois segmentos.



A Assembléia Legislativa do Estado foi o local onde ocorreu a audiência pública para debater o Código Florestal Brasileiro, que teve início às 14 horas e se estendeu ao longo de toda a tarde. Na oportunidade o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou propostas com intuito de discutir e readaptar possíveis mudanças na lei sancionada em 1965. O evento teve a participação de parlamentares, representantes e dirigentes de federações, entidades da agricultura familiar, associações, sindicatos e organizações não governamentais.

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT) reafirmou o objetivo da casa ao abrir espaço para o debate dos grandes temas. Para ele, ao mediar os problemas dos gaúchos, o parlamento se aproxima da sociedade. Ao proferir o discurso de abertura, ressaltou a importância do tema devido as fortes mudanças climáticas já sentidas por todos nos últimos tempos.

Entre as propostas discutidas e elaboradas pelo governo, em conjunto com entidades como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), está a importância de aliar a questão ecológica à agricultura, principalmente, no quesito da agricultura familiar.


Nova legislação

Carlos Minc defendeu a existência um tratamento diferenciado para proprietários de áreas de até quatro módulos fiscais que utilizam mão-de-obra familiar. Ao abordar a questão das culturas instaladas em encostas destacou a sua manutenção em áreas com 25 e 45 graus de inclinação, privilegiando a fruticultura. “Isso acaba com a história de que vçao ter que arrancar videiras e cafezais”, disse Minc. Já, para os locais com mais de 45 graus, destacou o incentivo ao cultivo de lenhosas perenes, já existentes, pois ajudam a conter a erosão e o assoreamento dos rios.

Em sua experiência como secretário do Meio Ambiente no Rio de Janeiro, o ministro relatou que agricultores fizeram trabalho de reflorestamento das matas ciliares e em Áreas de Preservação Permanentes (APP) no estado carioca, recebendo cheques como recompensa. Através disso, efetuou um pagamento aos pequenos agricultores que prestaram serviços ambientais, além de possibilitarema ampliação das reservas.

Assim, entre as novidades, a nova Lei Ambiental deverá incentivar as atividades que possibilitem rendimento, como a fruticultura, ao mesmo tempo em que as reservas são recuperadas. Ela prevê também que a averbação da reserva legal da propriedade passe a ser gratuita para o agricultor familiar, que pode receber auxílio do poder público e assistência técnica. Para tanto será criado o programa de Apoio à Regularização Ambiental da Agricultura Familiar, que promoverá o ajuste. E a intenção é que haja um prazo de três anos para o manejo nas reservas legais pelos agricultores familiares. E este foi um dos pontos considerados polêmicos pelo ministro.

Minc encerrou sua participação na audiência pública ovacionado pelos pequenos agricultores. Ele enfatizou a importância da educação e da conscientização ambiental no Brasil. “Há mais de 300 milhões áreas degradadas, devastadas. Não precisam devastar mais”. E alfinetou: “tem gente querendo diminuir a proteção dos nossos ecossistemas, em especial a mata florestal”.

As mudanças na legislação ambiental serão submetidas ao Congresso e poderão receber emendas, as quais deverão ser publicadas através de medida provisória (MP)

Mesa de discussões

Na mesa de discussão, a questão da agricultura familiar dominou o debate. Entre os parlamentares, Edson Brum (PMDB), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, defende que “o agricultor é parceiro do meio ambiente, mesmo que visto como vilão”, e citou o plantio direto na palha como exemplo da consciência do povo gaúcho. Idéias semelhantes foram citadas por Heitor Schuch, da Comissão de Economia, ao ressaltar que “os agricultores são os maiores ambientalistas do estado”.

O presidente da Federação dos Municípios do RS (Famurs), Marcus Vinícius Vieira Almeida, destacou a autonomia do estado e dos municípios para legislar sobre seus próprios ecossistemas. Ele se mostrou favorável às áreas de reserva legal. Já o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS, Rui Polidoro Pinto, partiu em defesa de um debate regionalizado e da não penalização dos agricultores e cooperativas, caso tenham que abrir mão de seus meios de produção.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Elton Weber, destacou de forma efusiva que “a legislação deve ser rediscutida, pois não deve expulsar as pessoas do campo e fazer com que recebam cesta básica porque não podem produzir”.

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL) foi representada pelo vice-presidente Gedeão Silveira Pereira, que se posicionou contrário às reservas legais, apresentando o argumento de que elas varrerão cerca de 790 mil empregos em todo o país. Segundo ele, o agronegócio representa um enorme faturamento para o Brasil. “É necessária uma maior discussão para, depois, não chorar a falta de alimentos na gôndola do supermercado”.

A polêmica surgiu durante a fala da ambientalista Conceição Carrion, presidente da Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema), que dividiu o seu tempo de fala com o colega Felipe Amaral. Na platéia registraram-se constantes vaias quando a dupla reivindicou aumento do tempo para seguir a explanação. O tumulto gerou manifesto do presidente da Assembléia, Ivar Pavan, que pediu o cumprimento do tempo disponibilizado. Conceição Carrion defendeu que o Código Florestal permaneça sob a supervisão da legislação Federal, uma vez que “é perigoso que esteja sob as vontades do Governo do Estado e das elites locais, que já permitiram empreendimentos e licitações de barragens, além de outras obras de grande impacto ambiental”.

A representante da Apedema manifestou-se a favor das reservas legais devido à importância para a manutenção da biodiversidade. Ela citou o caso da monocultura de eucalipto no sul do estado, responsável por um processo de esgotamento dos recursos naturais, e afirmou estar sendo vendida uma falsa ilusão de que a reserva legal causa a perda de milhões de dólares, com o objetivo de causar pânico entre os produtores, pois o agronegócio e a exportação estariam sendo os prejudicados, e não a demanda de alimentos para a população. Conceição encerrou sua fala pontuando: “mesmo com a última semente sobre a terra, vão querer transformá-la em moeda”



Já o secretário de Meio Ambiente do RS, Berfran Rosado, em fala curta, destacou a importância da produção rural no estado e a consequente geração de empregos e renda que a agricultura proporciona. No início de seu posicionamento, porém, ele foi interrompido pelo presidente da Assembléia, Ivar Pavan. O deputado pediu a alguns presentes mais exaltados que respeitassem a fala do secretário. O motivo do tumulto foi uma faixa erguida, que prejudicava a visão de boa parte do público, na qual dizia “Vende-se um bioma: falar com Berfran”.

Berfran defendeu modificações no Código Florestal visando torna-lo mais democrático. Explica que deveriam ser consideradas as peculiaridades de cada região do país para ser válido e socialmente aceito. Foi um pouco mais longe em sua fala ao sugerir a criação de uma nova Medida Provisória para discutir os impasses da lei e garantir aos produtores o manejo da Reserva Legal. O secretário enfatiza que é fundamental o apoio aos pequenos produtores, além de destacar o pioneirismo no Rio Grande do Sul em relação às discussões já promovidas quanto à conservação dos recursos naturais. Ele lembra que os Códigos Ambiental e Florestal foram aprovados por unanimidade na Assembléia Legislativa do RS.



Coletiva do ministro mobiliza imprensa

“Em 2009, as licenças ambientais aumentaram em 60%, enquanto o desmatamento da Amazônia diminuiu também 60%”.

Ao final da audiência pública, em coletiva de imprensa, o ministro Carlos Minc, afirmou que “o Brasil precisa produzir mais e preservar mais”. Ele ressaltou as conquistas do governo ao citar que, “em 2009, as licenças ambientais aumentaram em 60%, enquanto o desmatamento da Amazônia diminuiu também 60% “.Também destacou a implementação de ações, como o corte do crédito aos desmatadores, a parceria com as organizações não governamentais e ambientalistas e o aumento da oferta de madeira legalizada, além do monitoramento do desmatamento da produção de soja em área de preservação. Afirmou também que a regularização fundiária é uma boa base para diminuir a violência e conter o desmatamento decorrente da exploração direta dos ecossistemas. O ministro revelou que a MP 458, em especial o artigo 7º, que trata da transferência de terra para pessoas jurídicas, foi mal interpretada. Explicou que o objetivo é evitar que a terra seja alvo de lucro abusivo e não facilitar a sua exploração.

“Eu defendo que os estados possam e devam legislar de forma complementar a uma lei federal que já trata de forma diferente os biomas”. E conclui, com a expectativa de que “os estados possam ter a liberdade de avançar e se adequar, sem contradizer as normas federais e muitos menos afrouxar as suas defesas”.

Fotos: Emmanuel Denaui (Criative)

sábado, 27 de junho de 2009

Eu não sei fritar um ovo!

Todo mundo, alguma vez na vida, já reclamou da imprensa. Quase todos já praguejaram gritando aos quatro ventos que ela servia aos interesses do governo, escondia fatos e, como dizia minha avó, era amasiada com o "demo". Antes de os jornalistas receberem uma formação sistematizada em um curso que veio se moldando às novas tecnologias, a reclamação incidia sobre a falta de qualificação dos jornalistas.
No último dia 17, a imprensa brasileira levou um soco no estômago quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ao decidir pela não obrigatoriedade do diploma demereceu o ensino universitário. Mais uma vez o Brasil retrocede e acaba servindo aos interesses de uma elite que usa a alienação como forma de conseguir o que quer que seja.



Ao contrário do que se pensa, não só a liberdade de imprensa está em perigo, já que sem diploma o nepotismo vai rolar mais solto ainda, mas, também, a qualidade de informação que a população vai receber. O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou que, assim como ninguém precisa fazer faculdade de Gastronomia para fritar um ovo, é desnecessário cursar Jornalismo para levar informação à população. Claro que ninguém precisa fazer faculdade de Gastronomia pra fritar ovo, ou fazer Jornalismo para escrever um artigo. Mas um chefe que tem curso de Gastronomia terá o conhecimento necessário para inovar nos sabores, misturar ingredientes e a segurança suficiente para arriscar elementos que um reles mortal acharia impossível. O mesmo vale para o jornalista que passou pela universidade. Ele terá jogo de cintura para lidar com as artimanhas da política, ética para lidar com fontes e conhecimento necessário para entender que jornalismo é muito mais que um nome no jornal, ou um rostinho bonito na TV. Ao curvar-se frente à decisão do Supremo que desobriga o diploma para o exercício da profissão, mais uma vez, que fala em nome da população brasileira demonstra que não entende o papel da mídia e nem o valor da educação, o que é muito perigoso. O que podemos esperar de políticos que não sabem onde fica Roma ou, até, o que significa a sigla ENEM, e tampouco lêem os jornais?

O que podemos esperar de uma nação que esquece a sua história e acredita que a volta da ditadura, opressora e sem nexo, é a melhor saída? O que podemos esperar de um Supremo que compara a atividade do jornalista a um profissional da gastronomia? É claro que ambos necessitam de formação. Menos mal que os cursos de culinária seguem oferecendo diploma e os grandes restaurantes contratando quem tem o nobre canudo. Mas, de qualquer forma, vamos todos fritar ovos!*

Assinado: aluna do 3º semestre de Jornalismo (Rafaela Haygertt)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Manifestação de estudantes interrompe o trânsito

Estudantes de Jornalismo de diversas universidades da capital protestaram na última sexta-feira, dia 19, na Avenida Ipiranga, em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. O fluxo de carros foi interrompido por cerca de 30 minutos, no sentido centro-bairro. O protesto gerou estresse entre os usuários da via. Para a estudante de jornalismo da PUCRS, Camila Correa, a manifestação está apenas começando, pois "vamos continuar até que percebam que não somos meros opinantes, mas sim, comunicadores e que devemos ter consideração e respeito”.



Ao fim da manifestação, estudantes liberaram uma das três vias bloqueadas, após a chegada de um pelotão de choque do 11º Batalhão da Polícia Militar. Na próxima quarta-feira, dia 24, ao meio dia, na esquina democrática, ocorrerá uma manifestação pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), juntamente com estudantes do curso de jornalismo das principais universidades do estado.

NESTA TERÇA-FEIRA, ÀS 19h, ESTUDANTES DO JORNALISMO FARÃO APITAÇO DO CAMPUS CENTRAL DO IPA ATÉ A PROTÁSIO ALVES! PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM!!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

♪ "Eu nascí.. há 10 mil anos atrás.."

Enfim, uma nova chance me foi dada. Meus próprios preconceitos foram desfigurados e minha cabeça pequena e chata de guri de apartamento foi transformada com muito trabalho, suor, dor, solidão e ressentimentos.

Transmutar todas essas coisas não foi nada fácil, pois o que planejamos nem sempre é o melhor para nós. O que desejamos, na maioria das vezes, acaba se configurando como uma simples e triste 'idéia incoerente'. Sonhos e mais sonhos, promessas sem fim.
Pitadas de sal na carne crua.

A gente cansa de amar, de tentar ser feliz. Cansa de acreditar que ser feliz é estar amando. Ou não é?! Cansamos de tentar ser fiéis, pelo simples prazer ético de construir amizades e pontes indestrutíveis. Tão fácil é quando nos vemos na situação de meros marionetes no palco da vida e que essa mesma vida é tão injusta tantas vezes, para que no final, possa ser validada como uma vitória de campeonato aos 49 do segundo tempo.

Pensamos que sucesso é estar no palco do Opinião, com os amigos, fazendo o que se gosta (cantando). Sendo o melhor que pode como skatista, como estudante, como músico, como pessoa. Mas não há incentivo, nem nunca haverá. Não houve se quer um parabéns vindo da fonte que gera a vida e que nos faz perder os cabelos quando não manda notícias ou quando não pára de mandar notícias, até demais muitas vezes.Uma retrospectiva curta do gurizinho..


Ouvi muitos 'eu te amo', comparáveis a um simples 'bom dia'. Enche o saco quando é assim. Mas nenhum deles marcou tanto como aquele que se foi. Jamais podemos abdicar de nossas convicções para acreditar que a felicidade deve partir dos outros. De um 'parabéns' maternal ou de um 'eu te amo' nada sentimental. Aprendi que todos acham que te conhecem o suficiente e que você, em grande parte do dia, é aquilo que os outros acreditam que tu seja e pensa.

Amigos de verdade não caem em contradição. Mas os enganei demais, menti demais, fugi demais. Talvez isso os possa ter confundido. E deturpei todas as minhas virtudes em crenças infames e desconjuntadas. A liberdade adquirida por mim agora não depende de aprovações, pois descobri que o caminho que seguimos é para que possamos rir depois e com muito prazer. Nos tornamos os melhores seres humanos do mundo, por não matarmos, não roubarmos, não nos vendermos por tão pouco. Pena que esquecemos que o mercado é grande, a vida é longa e que, as mesmas aprovações que passamos tantas e tantas vezes, voltam, são cíclicas. E agora a única coisa que peço pra minha vida é que não me falte água pra beber, ar pra respirar e dedos pra escrever.

sábado, 30 de maio de 2009

apenas 819 milhões 963 mil e 923 segundos...

...continuação
Engraçado, deixar de ser ‘nerd’ e me tornar um ‘cara legal’ foi mais fácil do que pensei. Bastou algumas tragadas na ‘mary jane’, 4 rodinhas de polyuretano sob um ‘shape’ de marca e a troca de óculos fundo de garrafa por lentes de contato. Novo cabelo, uns quilos a mais (academia) e pronto. Está feito o modelo perfeito estudante malandro de 2º grau. Nem minha família me reconheceu na minha volta do RJ. Como havia tido um fundamental forte, meu colegiado foi, praticamente, sem estudo algum. Pois tudo que já havia visto no CBC, era repetido, no estadual, só que, como em uma receita maluca de cozinha, misturando repetidas greves, drogas, malandragem, festas e muito do ‘não fazer nada porque é bom demais’. Amar era preciso, afinal era um novo rapaz. Agora eu podia tudo! Que nada, aos 14 tomei meu primeiro fora. O nome dela era Vânia, morava do outro lado da rua da onde me mudei e estávamos bem próximos até o momento em que eu disse “gosto de você, quer ficar comigo?’. Sabendo que a placa ‘no chances’ estava ligada, nunca mais apareci, ela se mudou tempos depois. Vida desgraçada, pois voltei para a mesma rua logo após, esperançoso, e só encontrei a Rebeca. Guria chata, que estudava no Rosário, metidinha e paty. Vivamos brigando um com o outro. Aliás, nunca xinguei tanto uma guria como a Rebeca e detalhe, a única que eu devia ter dado o devido valor, pois a gente só nota que alguém gostou muito de nós quando é tarde demais. A esquelética, limpadora de encanamento, Olívia Palito, palito de fósforo, barbie falsificada (acho que chega de apelidos, né?!). A tal da ‘Lady Murphy’ tinha se apresentado pra mim finalmente, só que a gente nunca quer lembrar quem ela é e fazemos questão de nunca lembrar onde ela mora também. Mas aprendi a amar da forma mais tímida e infantil, mas aprendi.
Tinha 15 anos nesta foto..

Numa das minhas peregrinações pelas ruas da capital, bebendo muito vinho enfiado em uma sacola pra não manchar a mochila, com muita gurizada seguindo aquela fila de skatistas pela calçada, conheci a Fernanda. Meus 15 anos mudaram após isso, pois nunca uma garota tinha me fez querer mudar. Sem drogas, sem álcool, uma beleza sem igual, fazia meus saltos serem mais altos, minha sede por álcool diminuir e minha fome por conquistas aumentar. Certo dia, na escadaria da praça 15 ouvi ela me dizer ‘vai lá Noel, que tu consegue!’. Noel era meu apelido de bairro e nunca nenhum dos meus amigos tinha me dito algo se quer próximo disso. Foi meu primeiro pulo de verdade e logo após vieram muitos pulos ousados. Já tinha celular e resolvi arriscar ligar para ela. A coisa foi acontecendo, o cinema foi marcado e estava lá minha primeira namorada. Mais velha, ela tinha sonhos e metas, já estava pretendendo faculdade de direito (seguir a carreira de seus pais) e me incentivava a viajar pelo mundo e, por incrível que pareça, com ela. Um ano e meio depois, a felicidade era plena, pois ir para a praia no final de semana, para a casa da família da princesa e ainda por cima dizer que ia para a madrinha, além de uma grande aventura, era uma grande conquista. Mas 1.6 não se tratava da potência do motor do carro em que viajávamos nos finais de semana. Significava o bico como promoter nas festas do Strike, o estágio na Caixa Federal e o segundo grau de noite. Certa vez, furei a famosa sexta-feira da viagem feliz, não podia viajar, pois era formatura de um amigo e desta vez perderia a carona para praia.

Maldita viagem! Pela manhã, pegaria o primeiro ônibus para Tramandai, mas recebi uma ligação que não estava no script. Era a avó da Fê pedindo para que eu descesse, pois iriam me buscar ali em casa. Esquisito, pois nunca havia acontecido e o mais intrigante de tudo é que não havia conseguido dormir aquela noite. Tinha tido pesadelos mesmo estando acordado e foi a primeira noite de verão em que senti frio de inverno. Ninguém jamais entenderá do porque acreditei tanto na felicidade quanto naquela época e tenho muito medo hoje de ser feliz como era. Ninguém sabe o quanto é difícil se conhecer de verdade nossa própria mãe já estando com 14 anos. A base de tratamento psicológico e convívio forçado com famílias que nunca foram suas e que representavam, em determinadas (muitas) vezes, muito mais do que a minha família original. A família a qual conheci aos 15 através da Fê me servia de espelho para o dia em que eu construísse a minha própria. Mas o espelho se quebrou. É isso mesmo que você está pensando. Acidentes podem acontecer e jamais estamos preparados para tal. Não é a toa que só quis tirar minha carteira de motorista após 10 anos deste fato e, sempre que me perguntavam do porque não tinha carro, eu respondia, com um tom irônico, que ‘carro mata muita gente’. (haja lenço pra escrever isso daqui...). Enfim, sem dúvida nenhuma que Deus escreve certo por linhas tortas, mas a novidade que surgiu logo após esse fato lamentável só conto daqui a 3 dias... novamente...

terça-feira, 26 de maio de 2009

227 mil 767 horas e 33 minutos..

Dezenove de maio de 1984. Completei 1 ano de vida.
Aos 3, já sabia falar palavras como: bola, guzzi (apelido do meu primo), tia, mãe, pinto, denaui.. hehehe
Aprender a andar de balanço, carrinho de rolimã, skate, caçar insetos e muitas outras maluquices foi a fase dos 4, não literalmente, é claro. Sempre com a presença incrível da minha prima Nádia, considerada por mim como uma irmã mais velha.
Com 5 anos aprendi a ler o título do Correio do Povo (ninguém me soprou,eu juro!) e acompanhava minha tia/mãe no INSS (pra ganhar aquele Mc lanche Feliz de volta a base de muita chantagem emocional) hehehe
Soma-se mais um ano e fui pra escolinha, adorava aquilo lá. Fiz amigos como Bernardo, Marcelo, Hugo, Arthur, Marianna e o Paulo (hoje já nem sei por onde andam.. exceto a Mari que me encontrou no orkut...)

Sete é o famoso numero de vidas dos gatos, segundo a crendice popular. Nesta idade aprendi o quanto dói um tapa feminino (quando se briga no colégio também se acaba conhecendo o famoso SOE - Serviço de Orientação Educacional, na qual a orientadora conta sem pudor algum, para nossas mães, que chamamos uma colega, a Alessandra, de vagabunda). Também aprendi algo muito importante em casa, pois não só o tapa dói, mas a chinela também. Acaso do destino, a mesma vagabunda foi meu primeiro grande amor de coleginho, mas ela namorava o Gustavo, fazer o que né?! (hahahaha..)

Aos oito, descobri que sabia desenhar muito bem, era bom em português e estudos sociais. Péssimo em educação física e, nos períodos livres, sempre era o reserva no jogo de caçador e goleiro no futsal. Até mais ou menos 11 anos, a minha vida seguiu em constante crescimento. Ampliava o meu circulo de amizades e aprendia a viver essa vida de ‘classe média alta’ que me era imposta, já que estudar no Colégio Bom Conselho (CBC) não era pra qualquer um. Havia desde filhos de pastelaria a grandes donos de indústrias como a Datelli e Zaffari.

Aprendi que a vida impõe limites e necessidades que, aparentemente, estragam nossas vidas no primeiro momento, mas surgem muito amplificadas quando vistas por outro ponto de vista mais adiante. Puseram-me em outra escola, um baque na minha vida pois meu mundo girava em torno do CBC. Como iria suportar ficar longe dos meus amigos? Pois é, fui para um colégio semi-internato, chamado São Manoel (hoje, ironia ou não, ele fica apenas 2 quadras da minha faculdade) e me deixa mais saudades do que o próprio CBC, ao qual cursei quase que por completo meu primeiro grau. Infantilidade a parte, aos 12 voltei pro CBC depois de tanto incomodar minha mãe. Mas mal sabia eu que estaria prestes a aprender a pior lição de todas em vida. A morte. Meu maior ídolo e, de grande parte dos brasileiros por sinal, Airton Senna, morre numa curva. Não bastasse, a danada surge também na minha vida familiar logo em seguida. Pois não se trataria de um ídolo, um primo, um tio ou um conhecido. Desta vez, era a mulher que me criou, a minha tia, minha mãe por atitude e consideração. A única que soube me ensinar o valor real de um carinho. A única que me amparou em todas as vezes que precisei chorar. O câncer, mal incurável em determinados estágios e que definha qualquer alma brilhante a qual perturba. Ruim que até hoje eu me lembro claramente de ter ouvido meu primo Luiz, brigando comigo, pra ir visitá-la no hospital, 2 dias antes da notícia podre. Não queria ir, pois jogar futebol na rua e Super Nintendo na locadora era muito mais divertido.
Com 5/6 anos, segundo minha mãe com alzheimer (hehehehehe..)

Até os 14, passei por uma fase de adaptação. Sem certezas de onde ia ficar e viver. Mudanças 1000. Novo colégio, agora mais perto, mas longe do que era minha realidade (em nova turma, dificuldades, aceitação é algo que ninguém quer precisar ter, mas todos querem ter), ainda mais quando se é o ‘playboy’ da turma. Começo a morar em definitivo com a minha mãe (a progenitora), aquela que não tem dó, que tem que educar e não mede esforços pra isso. Bairro novo, vida nova, novos locais, novos vizinhos, imposição de personalidade, mudo ou não mudo? Tudo isso após 3 meses de vida paradisíaca em Búzios (RJ), onde meu irmão era proprietário de um quiosque na beira da praia. A injeção de ego estava dada e esta sim, durou por um bom tempo. Terminado o primeiro grau, descubro que não ser mais um ‘classe média alta’ é bem mais complicado. Estudar numa escola estadual de 2º grau é mais ainda. Você é tachado, pisoteado, assaltado, encurralado, apanha e bate. Suspenso, entrando pra um novo mundo chamado “ou você tá com a gente ou vai se fuder”. Ou você faz parte, ou eles fazem a parte. Drogas. Um belo status que alimenta as mentes de fracos ignorantes que, por culpa de necessidades não supridas, buscam num delírio temporário algo que nem eles próprios sabem o que é. E tão poucos sabem com o tempo que, por fim, encontraram apenas o maior erro de todos. Surge meu primeiro estágio, ‘din-din’ no bolso e nada de juntar. Como é bom se ter o primeiro salário quando se é bem novo. Pois não há limites, não há o que nos impeça de gastar ‘a la vonté’. Exceto quando se descobre que tem que ajudar apagar a conta de luz, condomínio e até mesmo a comida que se vai comer. Afinal, meu mundinho bem sucedido, nerd e piegas estava indo por água abaixo .(segue em novo post, daqui 3 dias)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

♪ "Pra ser sincero não espero de você..

Mais do que educação...”
Diz a música inflamada e picante de uma das bandas mais famosas aqui do sul.
Da mesma forma que nela há uma reflexão direta ao relacionamento homem X mulher, muito me perguntei se, em diversos momentos dessa linda canção, não estaria, talvez, explicito uma relação cotidiana e muito mais próxima do que imaginamos.
A de mãe e filho.
Aliás, a mãe da gente sempre quer ter a razão...
Não muito diferente de nós, não é mesmo?! (hehehe)
Ironia ou não, “...Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito...”

E não é à toa que se briga, se xinga, a exaltação toma conta, o castigo surge, o respeito é imposto e a guerra se torna fria. Fria? Sei não! Pois é uma guerra de amor. Uma guerra onde quem ama mais não sabe como amar mais ainda do que deseja.
E o amor é quente, ferve diante de nós.
São nove meses esperando aquela “praguinha” de quase 50 centímetros, que irá consumir horas, dias, semanas de suas vidas, mas não deixará dúvidas de que tudo aquilo valeu a pena.


Mãe perdoa erros, vacilos, desvios de conduta, morte, ignorância, brincadeiras infelizes, decisões que nem nós, filhos, temos a certeza do porque foram tomadas. Mãe só não é santa porque ela também gosta de viver os prazeres mundanos. Comete pecados capitais perdoáveis, pois, afinal, são mães.
Elas são donas do perfume inexplicável que só os filhos conseguem perceber e admirar.
Ser mãe vai muito além de pagar as contas, levar no médico, perguntar se não queremos aquela frescurinha no supermercado ou porque não avisamos que estamos sem leite na geladeira.

E muito mais do que em momentos, há mães heróicas, que se tornam mãe.
Quando justamente perdemos a esperança, no caminhar da vida, algumas são escolhidas sem ao menos passar pelo processo natural de vida (aquela historinha da sementinha na flor, vocês sabem, né?!). O destino se encarrega e traz para nossas vidas estas mulheres ‘totalflex’ que esquecem seus problemas e adquirem seu selo do INmetro com ISO 9001, derrubando qualquer obstáculo ou dor. E provocando inveja em nós, homens, que não podemos ter o mesmo luxo, o mesmo amor, a mesma força e garra. Pena que estas, vão cedo.


“.. Pra ser sincero não espero que você, me perdoe por ter perdido a calma, por ter vendido a alma ao diabo...” E daí crescemos, seguimos adiante, aquela amizade fica um pouco de lado, pra trás, por muitos de nós. Ó filhos desnaturados! Mas amamos. Amamos demais! Amamos a nossa melhor amiga, nossa maior guerreira, nosso maior presente! A nossa 'véia', a nossa guriazinha.
Ela é única! A jóia que não tem preço! Que nos faz pirar quando está pertinho e nos deixa a maior saudade quando está longe.

Obrigado por tudo mãe!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

♪ .. Vida! É mentira é verdade...

E se neste exato momento o seu coração parasse de bater? Ou se, por ventura, você não pudesse mais respirar!

Já pensou em sentir algo parecido? Você morreu, antes mesmo de ter consciência disso e agora a burocracia da vida cidadã e os atritos familiares tomarão conta daqueles poucos, mas valiosos, que faziam parte da sua vida. Pois você se torna um número, uma estatística, um saco de carne, de dinheiro ou, muitas vezes, de dívidas.

Então te peço pra parar por dois minutos, respirar bem fundo e segurar ao máximo, sem inspirar novamente. Resista o quanto puder. Seus ouvidos irão zunir, suas pupilas dilatarão e você sentirá um tremendo vazio. O vento sopra, arrepia, mas que vazio é esse? Tão importante quanto o que sentimos, é o que fazemos. E dito historicamente, o pecado não vem do que entra na boca, mas do que sai. Assim como nosso coração, nossos sentidos, de uma forma geral, nos transformam em deficientes em diversos momentos.

Os animais, de um modo geral, afirmam seus possíveis sentimentos e atitudes através do cheiro. Aliás, jamais desejei ser cego, surdo ou ter qualquer tipo de perda física, que impossibilitasse minha rotina. Mas às vezes me passa pela cabeça como seria. Pois conheço diversas pessoas, as quais apelidei de ‘deficientes por natureza’ que, com algumas atitudes rotineiras, podem se tornar cegas, surdas, mudas e ao poucos percebemos que não é preciso uma falta física para tal.

Você se torna cego quando, no centro da capital, em meio a milhares de transeuntes apressados e com relógio na ponta dos pés, esbarra em um cego seguido pela seguinte fala “desculpe, eu não te vi”. Ou quando há alguém que gosta muito de nós e nem se quer percebemos. Aliás, percebemos, mas daí passou! A fila andou. Pode também ficar surdo quando sua mãe avisa “não faz isso, ou aquilo” ou que tal “não gosto desse(a) fulano(a), cuidado com ele(a)” ou quando nossos amigos nos dizem “não, ele(a) não é o(a) único(a) pessoa deste mundo”. E você se esquece de desligar o botãozinho do superego de seu corpo e mente, vai lá e faz, sem nem se quer dar bola pro que nos disseram. – Ah olfato de merda! - Fica manco quando esquece das pernas na hora de dar aquela caminhadinha no parque, que fica apenas três quadras da sua casa e você vai até lá, mas de carro - que ironia, hein?- Desejaria ser mudo após avaliar os fatos de quando deveríamos ter dito um “sim” e acabamos por dizer “não”, ou um “talvez, quem sabe”, se esquecendo que a vida é feita de oportunidades. Aliás, diga-se de passagem, estas raramente pintam novamente e o filme que você optou ver ao invés daquela peça de teatro, vai sempre ser pior do que a própria peça que nem se quer vimos.

Já fui nerd, malandro, skatista, atleta, apaixonado, cadeirante, promotor de festas, barman, roadie de banda (o famoso leva tralha), inteligente, vocalista, pessimista, gerente de loja, estudioso, auxiliar administrativo, dj, descrente, futuro publicitário, hoje um projetinho de jornalista que, como resultado disso tudo, ficou sendo a ovelha negra da família. O que decidiu não ser médico, nem advogado, muito menos empresário. Aquele que não tem família sólida, mas que quer e sonha em construir uma.

Por mais erros que tenhamos cometido, decisões equivocadas, o importante mesmo é aprendermos com tudo. Vendo as diferenças, necessidades, dificuldades e soluções para quando justamente perdemos a fé em nosso ‘olfato’ e queremos não tê-lo mais e imploramos para mudá-lo definitivamente, pois nos trás lembranças tristes, mágoas, sofrimentos. É quando a vida nos ensina mais uma vez e, por esta razão, eu descobri justamente nos pequenos detalhes a força para impulsionar os meus sonhos.

Pois um chimarrão ao pôr do sol, mesmo com menos água do que era previsto, pode mudar nossos sentidos, tornando-se mais gostoso do que o esperado e fazendo um bem sem igual – digno de repeteco - Ou numa tarde onde aquela pessoa que mais parece uma guriazinha ao invés de mãe e, que por maiores que sejam as dificuldades, nos ama infinitamente, daquele jeito que só nós sabemos, sorrindo como nunca e por motivo algum – motivo algum, sei! - Numa cervejada com os amigos ou numa simples reunião de intervalo da faculdade, com aquele cafezinho preto cretino - que seja! - Para se viver de verdade e não se ter medo dos nossos sentidos e ações é imprescindível que consigamos acreditar neles. Pois isto sim nos aproxima de pessoas especiais, cada uma com as suas qualidades e que acabam fazendo a grande diferença em nossas vidas. Uma dádiva e a prova completa de que tudo tem que estar onde deveria estar. Isto sim e mais nada.
...E quem sabe a vida é da vida, a razão...


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Blogosfera em debate..

Com o tema: “Bloguismo e Jornalismo: um novo caminho ou mais do mesmo?" ocorreu o primeiro encontro de jornalistas blogueiros da capital gaúcha, na noite do dia 16, na Livraria Letras &Cia, uma iniciativa do blog "Jornalismo B", dos estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alexandre Haubrich, Cristina Rodrigues e Alexandre Lucchese. Participaram do debate os jornalistas Roger Lerina, colunista do Segundo Caderno e blogueiro do Clic RBS; Marco Weissheimer, do blog RS Urgente e Adriano Santos, responsável pelo blog Cele3uma.

É fundamental tirar o debate só da tela do computador e discutir frente à frente", ressaltou Weissheimer, ao dar início ao encontro. Em sua fala, o jornalista destacou que os blogs podem ajudar a qualificar o trabalho dos grandes meios de comunicação, além "oxigenar" e estabelecer novos canais de comunicação.

Já Lerina explicou que os blogs acabaram com a sua frustração de não conseguir postar com imediatismo as informações que gostaria de divulgar, e destacou que os blogs deram fim à morosidade do jornal impresso. Outro aspecto relevante é que o espaço destinado aos blogs comporta textos maiores e produzidos com mais tempo. O criador do blog do Clic RBS também fez uma referência aos blogs de fora e do centro do país classificando-os como geralmente "liberais e independentes", e demostrou-se satisfeito com o que se faz aqui no sul.
Adriano, justificou a existência do blog Cele3uma, que nasceu de uma equipe de três universitários descontentes ao perceberem que muitos acontecimentos ficavam fora das grandes mídias.

Entre os temas discutidos no encontro ganharam espaço os processos gerados por denúncias ou supostas afirmações feitas em blog’s, e contaram com a forte participação dos convidados, os quais foram unânimes ao constatar o atraso nacional quanto à valorização do que chamaram de "blogosfera".
Atualmente, o blog deixou de ser uma ferramenta para colocações pessoais, mas de grande cunho social. Geram polêmicas, promovem amplas discussões e acrescentam conteúdo aos que buscam o conhecimento direcionado, seja ele político, ambiental, social ou de amplitude geral; trabalhando com temas do dia a dia ou, simplesmente, destacando as principais notícias do momento. Em função deste leque de opções que o blog permite, surgem processos e acusações contra os blogueiros que não exitam em mostrar seu ponto de vista.

Quando o debate foi aberto para a participação do público, o estudante de Jornalismo do IPA, Gustavo Nunes, questionou sobre o caso do blog "Nova Corja", que acabou na justiça. Weissheimer respondeu dizendo considerar "um absurdo", além de citar o processo que o blog Ponto de Vista, do professor Wladymir Ungaretti, da UFRGS, processado por um fotógrafo de Zero Hora. Lerina não opinou sobre os casos, mas ressaltou: "qualquer cerceamento de imprensa é odioso". Ele acredita que a Justiça brasileira geralmente age de maneira sóbria nesses casos. Já, Adriano é enfático ao afirmar que não acredita na Justiça brasileira e cita o caso de Ungaretti como emblemático. ”É pura burrice uma pessoa não aceitar críticas ao seu trabalho... Não confio que a justiça tenha tal compreensão”.
O momento atual e o rumo dos jornais impressos, bem como os temas, de grande importância para a sociedade, que ficam fora das páginas dos jornais, como a saúde e ao meio ambiente, também entraram na pauta do encontro. Outro aspecto abordado pelos blogueiros foi em relação à apuração da veracidade das informações discutidas nos blogs. O jornalista Adriano Santos deixou clara a sua visão de que "o blog não cumpre um compromisso jornalístico”.Ou seja, não faz parte de sua filosofia a busca de imparcialidade e nem há uma preocupação jornalística com os dois lados da história.

A blogosfera tem muito a discutir sobre a liberdade de manifestação dos blogs onde as denúncias e os posts opinativos ganham espaço. O tema é muito novo, mas merece espaço para ser discutido.
"Quero que os blogueiros resistam à cooptação dos blogs pela grande imprensa. Os blogs são um dos meios mais democráticos”, ressaltou Roger Lerina, ao encerrar o encontro de jornalistas blogueiros.

Fotos: Thais Brandão e Gustavo Nunes

segunda-feira, 13 de abril de 2009

♪ “Eu sou o pirata da perna de pau...”


Pois é, confirmada como candidata favorita à sede do próximo Fórum Social Mundial, Porto Alegre está em tratativas para ser novamente anfitriã deste evento de proporções incríveis.

É, me lembro bem que eu devia ter entre 20/21 anos quando, da última vez em que o Fórum veio pra cá, vi a cultura na capital se transformar numa constante explosão atômica. Ano de 2005, em janeiro, contando com 155 mil participantes que representavam 135 países e 6.588 organizações - mais de 6 mil jornalistas, 2.800 voluntários, 2.500 trabalhadores da Economia Popular e Solidária. Foram mais de 2 mil atividades autogestionadas entre as quais: 130 shows; 115 filmes/vídeos e 96 exposições de arte. Ou seja, para onde quer que olhássemos, havia cultura, projetos, integração, festas e muito mais. Realmente, para um povo que já admira, aprecia e valoriza a cena cultural, como o gaúcho, foi um verdadeiro marco. Aliás, diga-se de passagem, nunca fiz tanta festa, sexo e integração cultural na minha vida como nas duas semanas em que o fórum esteve por aqui (calma, calma pessoal.. não peguei nenhuma DST...) Mas nem tudo é só festa, sexo e rock n’ roll. Apesar da movimentação impressionante e maciça, houve também enormes prejuízos para a capital.

Entre eles, destaco o nosso viaduto Otávio Rocha (na Borges de Medeiros), onde havia sido feita uma reforma, quase que completa, entre 2000 e 2001. Investidos mais de 650 mil reais, ele foi resgatado da sujeira e do abandono. Recordo-me até de ter recortado reportagens de jornais, de fora do estado inclusive, mostrando o resultado da sua reforma que, infelizmente, foi jogada fora nessas 2 semanas do Social por revolucionários, socialistas/anarquistas e opositores do governo. Houve um tremendo aproveitamento da grande massa de oposição que se utilizou de um movimento meramente social, perdendo toda a noção entre o certo e o errado. Aliás, quem aqui liga pra beleza de nossa capital, não é mesmo?!


E por isso e muitos outros motivos que me questiono quanto ao retorno do fórum. Um fórum que vi unir nações de todo o planeta em um único lugar de uma forma até interiorana, por assim dizer, com aquela antiga receptividade que agora só vemos no interior do estado. Vi cubanos, porto riquenhos, venezuelanos, pessoas de diversos países, sendo recebidas como se fossem até parentes em nossas casas. Na Rua dos Andradas mal se podia caminhar em linha reta, por mais de 2 passos que fosse! Nem se quer era horário de almoço pra tal. Onde se aprender vários dialetos era questão de iniciativa pessoal, bastava ir aos diversos acampamentos e descobrir um pouco mais da visão cultural de quem vinha lá de fora. Hotéis, casas noturnas, restaurantes e o comércio em geral se beneficiaram de um crescimento econômico avassalador. Mas bem diz o ditado “o barato às vezes sai caro”. Desta vez, prejuízo inestimável. Não há previsão para uma nova restauração do viaduto, nem dos demais monumentos que possuem inscrições como “viva a heróica resistência iraquiana” ou “o imperialismo é um tigre de papel” e, pra piorar, “receba bem o turista, mas não vote nele”. Sem contar as inúmeras pixações que se aglomeraram em questão de pouco tempo, mostrando ainda mais o declínio da educação no estado.



Enfim, ironicamente, torço muito para que o Fórum retorne. Até porque, poderíamos aproveitar a farta ‘mão de obra’ visitante, colocando os mais de 50 mil novos ‘porto alegrenses’ a limparem a sujeira que foi feita da última vez. Pessimista ou não, a sociabilidade imposta e defendida pelo socialismo, está longe de ser uma grande vitória, pois dela ainda perduram princípios muito ultrapassados e não fundamentados. A vitória que se deveria buscar, quando se fala em igualdade social e melhor distribuição de renda, é a vitória dos velhos princípios morais (insisto). Começando de baixo pra cima. Acabando com o ‘jeitinho brasileiro’ e, com certeza, não é dos gaúchos a culpa de tantas injustiças causadas por turbulências políticas e interesseiras pelo mundo a fora e pela história desse mesmo mundo. Porto Alegre merece um evento de tal grandeza, mas jamais poderia ser vítima do abuso social e do que chamo instituição falida.

Tenho vergonha de ter de votar daqui alguns meses, pois congresso, forças de estado, enfim, as maiores autarquias de nosso país estão corrompidas. Não adianta cediarmos um acontecimento do qual devemos nos orgulhar se não tivermos o mínimo de condições morais e de conduta pra torná-lo inesquecível. Zelo pelo que é daqui! Mas convido todos, já que há pouco ainda estávamos em ritmo de moda, com seu estilo comum de metamorfose ambulante como ela só, a entrarmos de vez na ‘moda’ da “pirataria a la louca”. Missão difícil essa pra mim, acredito, já que perdi meu tapa olho faz tempo! O meu gancho só pendura meu chapéu e lenço, e minha perna de pau?! Pff! Essa nem pra bonito serve! Pois é esta a maneira que os governantes estão nos vendo atualmente: como piratas.
Fotos: divulgação; Montagem: D'Nauiy

domingo, 5 de abril de 2009

"Beleza não põe mesa??!!!"


“Beleza não põe mesa!” - Uma frase que já ouvi de tias e avós e que, na realidade, seria cinismo meu, e de todos, se não gostássemos de pessoas bonitas a nossa volta. Quem não gosta de saber que se está bonito?! Estar elegante e despertar a atenção dos demais, do sexo oposto ou não, mas algo naquela pessoa chama atenção e faz com que ela se torne assunto.

Se fossemos espécimes, definiria as seguintes categorias para a beleza humana: os belos por natureza, aqueles que com a dádiva de divina já vieram desenhados à mão. Lindos por si só. Os que chamo de ‘batalhadores’, pois buscam a beleza em academias, através de exercícios físicos, treinamentos intensivos. Me lembrei também dos ‘neuróticos’ que, muitas vezes, até já são bonitos por natureza, mas, não satisfeitos, acabam em clínicas de estética, praticando uma espécie de ‘esculturamento corporal passo a passo‘. Enfim, a sociedade, como um todo, influenciada por mídia e até por uma certa carência do dia a dia, manifestada nas atitudes das pessoas na busca do belo, nos obriga a ter dentes perfeitos, cabelos bem cuidados, postura e, se não bastasse, boas roupas.
Tem mais essa! A marca! Como é importante uma boa marca em nossas vidas. Já vi um Nike abrir caminhos pra conquistas amorosas. Um Ray Ban (aqueles óculos de sol dos anos 70) já fez um mendigo de rua virar pop star em questão de minutos.

Mas nada disso, tudo mundo esquece que viemos nus. Daí juntamos então a beleza com as roupas de grife. O resultado é imbatível, basta ir pra balada e conferir. Mas engraçado que isso não me apetece! Esses dias, uma amiga minha que comenta aqui no blog me disse bem assim “nossa, tu ta sempre bem acompanhado, hein?!”. Em cima disso, refleti e vi que isso pode ser ruim também. Me perguntei, bem acompanhado como?! Até porque, ser tachado de galinha, algo nada difícil atualmente, só por andar com belas mulheres, pode dificultar no quesito relacionamentos. Eu mesmo me lembro de uma ex-namorada que não gostava nadinha das minhas belas amigas. Mas, por outro lado, um cara solteiro pode se complicar e se transformar de um mero amigo de belas donas a um polenta nato, pelos amigos que, geralmente, nunca pegam ninguém.

Mas e agora, como é que fica?! Se você não chega junto, é polenta. Se chega em várias, é galinha. Se o guri se preocupar com isso, ele pira. E com essa agora do filme ‘Ele não está tão afim de você’, piorou ainda mais. Ser homem virou tema de estudo! (hehehe)

Mas como em tudo, existe uma exceção. Eu diria que sou uma quando o quesito é beleza, não fui um dos bem aventurados por Deus. Aliás, não faz muito, constatei que a beleza realmente está nos olhos de quem vê. Nem todas as modelos que vi na cobertura do Donna Fashion Iguatemi eu puxaria assunto, muito poucas, diga-se de passagem. Aliás, como outra amiga falou “beleza atrai, mas conteúdo convence”. Comprovadíssimo em várias entrevistas feitas pela equipe do IPA (aqui entre nós, cada resposta que ouvimos, nossa!). Mas, como o que importa por lá é a marca, se releva.

Porém, fico triste quando não se acredita na beleza que vemos. Aquela mais escondidinha, sabe?! Quando vejo que uma pessoa incrível, bonita da sua forma, do seu jeito, perde a vez para uma outra que não tem nada além da beleza a oferecer (do tesão temporário). Julgamento?! Pode ser! Atira a primeira pedra quem nunca o fez! Tesão?! Faz bem, obrigado! É claro que faz! Mas um sorriso permanente faz muito mais do que se pensa. Aliás, em contraponto, aquela coisa gostosa e natural que é representada com muito carinho, chamada sentimento verdadeiro, se tornou raridade hoje em dia.

Esta sim supera qualquer rostinho bonito que virmos e, quando aparece, nos faz gostar daqueles que verdadeiramente valorizam pontos que dificilmente vi serem valorizadas por pessoas que se preocupam com, por exemplo, se a minha camisa custou ou não R$ 350. Enfim, a possibilidade de se abdicar do sucesso e da fama é muito menor do que a de se viver uma grande história. Nos preocupamos tanto com futilidades, que quando temos demais, gastamos demais e desnecessariamente. Quando temos de menos, nos tornamos chatos e parece que nada dará certo. Nessas horas, a beleza não põe mesa e o amor não traz dor. Um salve para as EXCEÇÕES!

sexta-feira, 20 de março de 2009

"Tá na hora, tá na hora..."

Caraaaaaaaaamba. Domingo, 22 de março, é o Dia Mundial da Água!
Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água doce. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU-BR), daqui a 40 anos esse número pode subir para 10 bilhões de pessoas. Ontem eu soube que há uma barragem em pleno sertão nordestino, no Ceará. E hoje, coinscidentemente, ao aparafusar uma estante lá em casa, passou uma matéria no programa da Ana Maria Braga sobre o assunto. Segundo a reportagem, a barragem tem uma extensão de 272 Km e cruza por 15 municípios com um dois propósitos muito simples: irrigar o plantio de frutas para exportação do Vale do Jaguaribe, abastecer a zona portuária e a região metropolitana da capital. Ao longo do trajeto, há uma ostensiva força policial, para garantir que não seja retirado água do local por moradores. Um absurdo, tendo em vista que quem mais necessita e mora nas proximidades dela, não possui nem água encanada.

Sabe-se hoje que é iminente o racionamento de água mundial. Mas ainda assim, tomamos banhos demorados, escovamos os dentes com a torneira aberta, lavamos o CHÃO com água tratada para se beber, etc. Absurdos mil que, por mero descuido, desatenção, pouco caso, fazem parte do nosso dia a dia e perdura por gerações.

Abaixo segue o flyer da campanha do dia 28 de Março, na qual convida todos para um ato simbólico, mas de grande valia, em prol da conservação de nosso planeta. É a HORA DO PLANETA!!! (HDP).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Tempos modernos..


ESSE TEXTO EU HAVIA ESCRITO ANTES DE TER O BLOG, EM MEADOS DE NOV/2008, E DEVIDO A ALGUNS FATOS PRESENCIADOS ATUALMENTE, RESOLVI POSTÁ-LO. POR ISSO, MAIS NO FINAL, ALGUMAS INFORMAÇÕES NÃO ESTÃO DEVIDAMENTE ATUALIZADAS. hehehe

Bacana ver quanta coisa se fez e aproveitou. A vida passa muito rápido. Temos atualmente tudo ao nosso alcance. E reclamamos, claro! Para irmos a qualquer lugar, basta tempo, dinheiro e definir como e quando. Simples não?!

Mas pergunte aos seus pais como que era ir para Viamão antigamente... É aqui do ladinho da capital, mas dava um trabalhão. Hoje, você diz “liga” e, simplesmente, a sua TV já está no canal que mais gosta e até no volume certo. A Bombril deve ter perdido um grande mercado após surgimento da televisão à cabo... hehehe
Os relacionamentos também mudaram, ô se mudaram! Não precisamos mais contar que estamos namorando, basta se olhar o ‘status’ no Orkut, né?!

Ah, e até o jeito de se pedir desculpas mudou, você pode ‘pokear’ pelo seu perfil virtual, que o bonequinho do site faz toda a ‘cena’ pra você! Não se sabe mais o quanto é brincadeira e o quanto é levado a sério determinadas coisas que mudam as novas vidas todos os dias. Sabemos ver um assalto e dizer “ah, de novo?! Que pena!”.
A moda não impera mais em como se vestir ou que estilo ter, pois há novas ‘modas’. Como trair a quem tanto se gosta ou até, por uma noite, ser um pouquinho homossexual, só pra não cair na rotina.

Há quem acredite que tudo pode! O mundo nunca teve tão populoso e tão sujo.
Já experimentou andar em uma avenida congestionada e observar os carros? A cena que mais interessa é ver centenas de carros, por quadras a perder de vista! Todos eles, praticamente, com apenas o motorista dentro do veículo. É, as pessoas trocaram os lugares vagos para dar a carona, pelo lugar da bolsa, da sacola de supermercado, da pasta de trabalho e/ou, pra solidão não incomodar demais, de vez em quando se leva o cachorrinho para a tristeza não bater. Ir pro parque de chinelo de dedo e bermuda virou xinelagem (com X mesmo!). Você paga pra estacionar em via pública. Não, não! Deixe-me corrigir: você paga pra deixarem que se estacione na via pública e, por muito favor, ter ainda a chance de voltar ao mesmo lugar e, talvez, encontrar o seu carro ali. (geralmente, você nunca encontra o carro quando você foge daquela estatística e deu a tal carona pra todos os seus amigos)

Mas nem tudo está perdido, este texto não tem a finalidade de fazer você pegar um 'tênis R-15' na “esquina” e sair por aí mudando tudo e todos. Olha só, Barak Obama foi eleito! O Unibanco e o Itaú fundiram-se, o Ronaldinho vai jogar no Flamengo, a Madonna vem pro Brasil e o verão já está chegando!

domingo, 8 de março de 2009

A mulher nossa de cada dia...


Comemora-se hoje o dia Internacional da Mulher. Marco na história de conquistas, que perduraram por séculos, atrás da arrogância, medo e, principalmente, da falta de capacidade do homem em reajustar pensamentos, idéias e rever conceitos mais do que ultrapassados.

Para cada um de nós, existe um tipo de mulher. Começamos sempre pela mãe, soberana de todas as mulheres. Ela já é, simplesmente, por si só, a união de todas as mulheres. Muitas vezes, esquecemos que as temos. Ela é a mulher que podemos contar sempre. Temos a irmã, quando mais velha, nos ensina a ser um verdadeiro galã. Quando mais nova, só dá trabalho pra afastarmos os possíveis ‘sacanas’ de plantão. As amigas que, geralmente, nos dão muitos conselhos, mas, principalmente, pedem bastante ouvido e atenção também. Elas geralmente são quase como irmãs, mas diferentemente delas, elas não mudam com os demais quando estão namorando (hehehe). Tem também as primas, detentoras do poder incontestável da conquista primata masculina de coito, seja na imaginação, no mental ou físico. Não há como negar, primas causam ‘piripaques' em primos. Mais acima, vem a categoria das tias e avós. Avós servem pra que esqueçamos completamente as mães e as tias, pra nos lembrarem delas.

Hoje o reconhecimento da mulher já não é mais um marco a se comemorar apenas no dia 08 de março, mas todos os dias. A mulher inova, acrescenta, diversifica. Trás charme e desenvoltura a tudo ao qual se dedica. Não me resta nada além de dizer então obrigado a todas as mulheres que fazem dos dias de nós, homens, muito mais capazes de suportar as dificuldades do dia-a-dia e ampliam nossas mentes e almas. Acredito que a frase mais perfeita para lembrarmos sempre – e que, ainda assim, ecoa como algo inaudível para alguns - transcrita do TALMUD [Leis Mosaicas]: “..a mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada.

segunda-feira, 2 de março de 2009

"... água de beber.. água de beber, tomar.."



Vídeo da campanha da Sabesp, empresa responsável pelo saneamento básico de São Paulo. Que mostra claramente como podemos poupar milhares de litros d'água só pela iniciativa de ter certos 'cuidados', em determinados momentos do dia-a-dia, com a água que consumimos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ninguém notará meu balde d'água...


O mundo da Índia nos trás diversos ensinamentos. Estes vão muito além de você ser ou não um 'Harijan ou Dalit'. Poucos sabem, mas Akbar foi um dos maiores imperadores da Índia. Dentre as várias histórias que contou, numa delas ele havia construído uma fonte de mármore muito bonita e estava trazendo cisnes de Mansarovar, dos Himalaias. Decidiu então, que não deveria haver água na fonte. Afinal, essa era a fonte do imperador. Assim, ao invés de água, deveria haver leite.

Todo mundo na capital foi informado que deveria fornecer um balde de leite para a fonte e que ele deveria chegar ao palácio até a manhã seguinte, cedo, antes do sol nascer.

Birbal, seu bufão, disse a Akbar: Você não entende a mente humana. A sua fonte estará cheia de água pela manhã. Akbar disse: Que bobagem. É a minha ordem!. Bribal completou: Sua ordem ou ordem de qualquer pessoa - eu compreendo a mente humana. Akbar duvidando, disse: Vamos esperar, amanhã de manhã será decidido quem tem razão.

Na manhã seguinte, ambos foram ao jardim e a fonte estava cheia de água. Akbar, intrigado, disse: Isso é estranho. Como aconteceu?! Peguem algumas pessoas na estrada, seja quem for! E perguntem o que acontece! . E, para garantir, as pessoas foram ameaçadas, se dissessem alguma mentira, a vida delas estaria em risco, se dissessem a verdade, seriam liberadas. Elas então, disseram: A verdade é que toda capital traria baldes de leite. Só que um balde de água naquele tanto de leite seria completamente irrelevante, ninguém jamais viria a saber. E assim foi, todos levaram água e a fonte ficou cheia daquele líquido. Parece que todo mundo teve o mesmo pensamento - toda a capital! Nenhuma pessoa foi diferente!

A mente humana funciona exatamente da mesma forma. Então, se o mundo está nessa tragédia, são as nossas mentes humanas que o estão criando; nós estamos contribuindo com o nosso balde cheio de miséria.

Nenhuma revolução pode ter sucesso a menos que a mente humana seja compreendida e os seres humanos comecem a se comportar de maneira diferente - sem esperar que "O meu balde cheio de água não seja notado". Se todo mundo compreender que essa é a idéia que virá para todas as mentes, e decidir que "Pelo menos eu devo levar um balde de leite. Eu não devo me comportar de maneira inconsciente com a qual todos os outros estão se comportando.." É possível ter a fonte cheia de leite sim!

Transcrevi este texto do jornal Bem Estar, edição de Fevereiro, justamente pela sincronia de eu estar pensando no que ia escrever aqui e ter aberto o jornal na página que contava essa história.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Quem tem seda..


No mundo inteiro, a crise da economia move ações consideradas inéditas para a última década. Período no qual se pecou pelo excesso, onde as empresas obtiveram lucros estratosféricos e agora alegam ter de reduzir salários e até demitir em massa para que se mantenham na ativa. Financiamentos mal planejados, gastos e mais gastos para se manter a chamada ‘nova ordem mundial’ que, no meu ver, nunca existiu. Na ‘terrinha’, se a moda agora é a preocupação com os juros abusivos dos bancos, outro parêntese está sendo levantado. Segundo fonte da Fundação Getúlio Vargas, uma das instituições de maior renome nacional, 30% dos grãos e 35% da produção de frutas são jogados fora diariamente pela população.

O cálculo vai ainda mais longe, analisando uma renda familiar considerável, de até 1.000 reais mensais, presume-se que completados 70 anos, o desperdiço seria em torno de 800 mil reais. Quer dizer, somos ricos e não sabemos?! (estou com 25 anos, pela média, ainda posso tirar uns 500 mil então?!)
Brincadeiras a parte, o que sobra pra alguns, sempre falta pra outros. No interior do Maranhão, enquanto não começam as aulas, o aperto cresce nas famílias de baixíssima renda. A fome é tanta, que influencia até na frequência escolar dos alunos. Onde há merenda escolar, há mais alunos e melhores notas.
Crescemos vendo tudo de uma forma tão simples, tão básica. Você nasce, estuda, cresce, faz vestibular, estagia, se forma, arranja emprego, trabalha de segunda à sexta e, no final de semana, vai para a praia, gasta tudo que sobrou, volta pra babilônia e recomeça tudo novamente. Políticas contra os abusos de poder econômico vêm sendo tomadas, mas ainda não punem como deveriam empresas e, principalmente, a sociedade como um todo por seus eventuais desperdícios. Quando vemos avisos em ‘buffets’, alertando que o ‘desperdício será cobrado’ não devemos interpretar isto como uma simples forma de se tirar vantagem de um cliente.

Na boa, pra quem achar que isso é uma rotina mais do que o normal, parabéns! Pra quem achar que pode fazer muito mais do que isso, é a hora de mostrar que não só pode como deve. O valor do consumismo sustentável é hoje visto pela sociedade mais privilegiada como pouca coisa. É sem dúvida a maior prova de conformismo da atualidade. Mas no país onde comprar seda é sinônimo de malandragem, o valor de um inconformismo pode vir a se tornar incalculável ou, pelos menos, um gesto inicial de esperança.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sonho de um dia de verão...



Ano novo, praia, festas, requinte, luxúria que se multiplica até mesmo nas famílias mais humildes. A champagne, brut ou doce, sempre indispensável. Uvinhas, abraços, beijos, rosas jogadas por fiéis de nossa senhora, as sete ondinhas, promessas, votos de um ano melhor e de muito mais retorno.

Tudo muito bom, mas a natureza lembrada pelas famosas corujinhas de final de ano, é dura e incontrolável lá por Santa Catarina. Muito sol, tempos e dias de tirar o fôlego por aqui, tanto pra quem acorda cedo para trabalhar, quanto pra quem estiver de férias, só curtindo.

Chega-se à praia, procurando o que eu chamaria de um gostoso ‘alívio babilônico’. Que nada! Quanto mais alto o som dos carros, mais nos perguntamos se é pior o trânsito da capital, ou a ‘magalisse’ dos competidores. Pior não é isso, o show da banda Nenhum de Nós quase não pode ser ouvido na beira da praia, pois competia com verdadeiras discotecas móveis, cada uma no seu estilo é claro. Polícia?! Não vi.

Maravilha! O ano novo passou, agora sim podemos ir à praia e curtir o mar! Nem tanto.. O mar gaúcho já não é dos mais belos e, com o excesso de algas, a sensação pra quem olha é de que está ainda mais sujo. Mas pra que se preocupar tanto não é?! Então, ajeitamos a bermuda e encaramos mesmo assim. Lamentável a tentativa, pois por detalhe, ao meu lado, uma criança não se engasga com uma tampinha ao tomar um ‘caldo’ de uma onda. Acho que o salva-vidas nunca deve ter tido tanto trabalho na vida, pois acreditar ser um afogamento e só se dar conta depois de que houve um engasgamento, deve ser um tanto desesperador. Cena forte e triste de ver.

O litoral gaúcho poderia estar mais preparado para receber os turistas e moradores que não puderam nem aproveitar com calma o litoral catarinense. Pois, quando se consegue chegar a Floripa, existe o risco de levar um dia ou mais no retorno, devido as fortes chuvas que vem ocorrendo, várias estradas se interditaram. O ‘Catarina’ procura a solução das suas feias no litoral gaúcho, tras toda a família, pra acontecer exatamente isto: ver um mar sujo, areias muito sujas, tocos de cigarros, canudinhos, tampinhas, pacotes de salgadinhos boiando no mar.. Enfim, o pouco caso da população.

Garis?! Não vi. Pode ser que um dia exista um disposto ao sacrifício de limpar as areias da praia. Banho de mar?! Só o de sol! E, mesmo assim, este vem sendo já perigoso também, mas bem mais seguro, pelo menos praquela criança. Dizem que o que os olhos não vêem o coração não sente, sorte do cego então, eu diria. A situação é verdadeiramente triste.

Mas saber viver de bem, unir os amigos, acreditar que o mundo pode ser melhor e mais sadio é admirável e seria muito mais, se a prática tomasse a frente das palavras bonitas. Quanto a mim, cego não serei, mas continuarei, com a minha sacolinha, infelizmente plástica, mas útil, na hora em que eu me sento na praia e vejo que posso mudar um pouquinho do que pra muitos, cada vez mais, vem se tornando algo tão natural.

Emmanuel D.
4º semestre jornalismo/IPA