segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sonho de um dia de verão...



Ano novo, praia, festas, requinte, luxúria que se multiplica até mesmo nas famílias mais humildes. A champagne, brut ou doce, sempre indispensável. Uvinhas, abraços, beijos, rosas jogadas por fiéis de nossa senhora, as sete ondinhas, promessas, votos de um ano melhor e de muito mais retorno.

Tudo muito bom, mas a natureza lembrada pelas famosas corujinhas de final de ano, é dura e incontrolável lá por Santa Catarina. Muito sol, tempos e dias de tirar o fôlego por aqui, tanto pra quem acorda cedo para trabalhar, quanto pra quem estiver de férias, só curtindo.

Chega-se à praia, procurando o que eu chamaria de um gostoso ‘alívio babilônico’. Que nada! Quanto mais alto o som dos carros, mais nos perguntamos se é pior o trânsito da capital, ou a ‘magalisse’ dos competidores. Pior não é isso, o show da banda Nenhum de Nós quase não pode ser ouvido na beira da praia, pois competia com verdadeiras discotecas móveis, cada uma no seu estilo é claro. Polícia?! Não vi.

Maravilha! O ano novo passou, agora sim podemos ir à praia e curtir o mar! Nem tanto.. O mar gaúcho já não é dos mais belos e, com o excesso de algas, a sensação pra quem olha é de que está ainda mais sujo. Mas pra que se preocupar tanto não é?! Então, ajeitamos a bermuda e encaramos mesmo assim. Lamentável a tentativa, pois por detalhe, ao meu lado, uma criança não se engasga com uma tampinha ao tomar um ‘caldo’ de uma onda. Acho que o salva-vidas nunca deve ter tido tanto trabalho na vida, pois acreditar ser um afogamento e só se dar conta depois de que houve um engasgamento, deve ser um tanto desesperador. Cena forte e triste de ver.

O litoral gaúcho poderia estar mais preparado para receber os turistas e moradores que não puderam nem aproveitar com calma o litoral catarinense. Pois, quando se consegue chegar a Floripa, existe o risco de levar um dia ou mais no retorno, devido as fortes chuvas que vem ocorrendo, várias estradas se interditaram. O ‘Catarina’ procura a solução das suas feias no litoral gaúcho, tras toda a família, pra acontecer exatamente isto: ver um mar sujo, areias muito sujas, tocos de cigarros, canudinhos, tampinhas, pacotes de salgadinhos boiando no mar.. Enfim, o pouco caso da população.

Garis?! Não vi. Pode ser que um dia exista um disposto ao sacrifício de limpar as areias da praia. Banho de mar?! Só o de sol! E, mesmo assim, este vem sendo já perigoso também, mas bem mais seguro, pelo menos praquela criança. Dizem que o que os olhos não vêem o coração não sente, sorte do cego então, eu diria. A situação é verdadeiramente triste.

Mas saber viver de bem, unir os amigos, acreditar que o mundo pode ser melhor e mais sadio é admirável e seria muito mais, se a prática tomasse a frente das palavras bonitas. Quanto a mim, cego não serei, mas continuarei, com a minha sacolinha, infelizmente plástica, mas útil, na hora em que eu me sento na praia e vejo que posso mudar um pouquinho do que pra muitos, cada vez mais, vem se tornando algo tão natural.

Emmanuel D.
4º semestre jornalismo/IPA

8 comentários:

  1. seeeeeeempre polêmico esse gurizinho.. mas adoro!
    bjus!

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  2. Mas olha ae!! que textinho ne...sempre com altas reflexoes sobre o nosso cotidiano...sempre trazendo otimas reflexoes sobre nosso dia a dia para abrir os olhos de quem nao consegue ver... o importante é cada um fazer sua parte...por pequena que seja, fazemos a diferença!! abracao

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  3. Belo texto, bela reflexão e belo puxão de orelha naqueles que merecem!
    beijos

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  4. ahhhhh...como tu não me contou que fez um blog seu bostinha????? vou te adicionar nos favoritos...bju bju

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  5. Emmanuel, Teu poder reflexivo é impressionante, és dotado de uma qualidade impar de lincar idéias e produzir resultado com elas. parabpens! sucesso e continue... nós precisamos, do amigo ausente mas presente no coração. Paulo Machado

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  6. Ema, algo que admiro em ti é essa tua capacidade de mobilização - estás sempre fazendo alguma coisa interessante. Curto ainda mais quando é um texto crítico-filosófico-reflexivo, como o que escreves em teu blog. É isso, aí, mano: bota pra fora as idéias que elas não foram feitas pra ficarem escondidas entre nossos neurônios. Abração.

    Busta

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  7. Oi Ema, fala aqui uma velha colega...
    Muito legal teu texto e boa iniciativa de criar um blog... Bjão

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  8. Tu também é blogueiro sem vergonha??? Adicionadoooooooo

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