terça-feira, 26 de maio de 2009

227 mil 767 horas e 33 minutos..

Dezenove de maio de 1984. Completei 1 ano de vida.
Aos 3, já sabia falar palavras como: bola, guzzi (apelido do meu primo), tia, mãe, pinto, denaui.. hehehe
Aprender a andar de balanço, carrinho de rolimã, skate, caçar insetos e muitas outras maluquices foi a fase dos 4, não literalmente, é claro. Sempre com a presença incrível da minha prima Nádia, considerada por mim como uma irmã mais velha.
Com 5 anos aprendi a ler o título do Correio do Povo (ninguém me soprou,eu juro!) e acompanhava minha tia/mãe no INSS (pra ganhar aquele Mc lanche Feliz de volta a base de muita chantagem emocional) hehehe
Soma-se mais um ano e fui pra escolinha, adorava aquilo lá. Fiz amigos como Bernardo, Marcelo, Hugo, Arthur, Marianna e o Paulo (hoje já nem sei por onde andam.. exceto a Mari que me encontrou no orkut...)

Sete é o famoso numero de vidas dos gatos, segundo a crendice popular. Nesta idade aprendi o quanto dói um tapa feminino (quando se briga no colégio também se acaba conhecendo o famoso SOE - Serviço de Orientação Educacional, na qual a orientadora conta sem pudor algum, para nossas mães, que chamamos uma colega, a Alessandra, de vagabunda). Também aprendi algo muito importante em casa, pois não só o tapa dói, mas a chinela também. Acaso do destino, a mesma vagabunda foi meu primeiro grande amor de coleginho, mas ela namorava o Gustavo, fazer o que né?! (hahahaha..)

Aos oito, descobri que sabia desenhar muito bem, era bom em português e estudos sociais. Péssimo em educação física e, nos períodos livres, sempre era o reserva no jogo de caçador e goleiro no futsal. Até mais ou menos 11 anos, a minha vida seguiu em constante crescimento. Ampliava o meu circulo de amizades e aprendia a viver essa vida de ‘classe média alta’ que me era imposta, já que estudar no Colégio Bom Conselho (CBC) não era pra qualquer um. Havia desde filhos de pastelaria a grandes donos de indústrias como a Datelli e Zaffari.

Aprendi que a vida impõe limites e necessidades que, aparentemente, estragam nossas vidas no primeiro momento, mas surgem muito amplificadas quando vistas por outro ponto de vista mais adiante. Puseram-me em outra escola, um baque na minha vida pois meu mundo girava em torno do CBC. Como iria suportar ficar longe dos meus amigos? Pois é, fui para um colégio semi-internato, chamado São Manoel (hoje, ironia ou não, ele fica apenas 2 quadras da minha faculdade) e me deixa mais saudades do que o próprio CBC, ao qual cursei quase que por completo meu primeiro grau. Infantilidade a parte, aos 12 voltei pro CBC depois de tanto incomodar minha mãe. Mas mal sabia eu que estaria prestes a aprender a pior lição de todas em vida. A morte. Meu maior ídolo e, de grande parte dos brasileiros por sinal, Airton Senna, morre numa curva. Não bastasse, a danada surge também na minha vida familiar logo em seguida. Pois não se trataria de um ídolo, um primo, um tio ou um conhecido. Desta vez, era a mulher que me criou, a minha tia, minha mãe por atitude e consideração. A única que soube me ensinar o valor real de um carinho. A única que me amparou em todas as vezes que precisei chorar. O câncer, mal incurável em determinados estágios e que definha qualquer alma brilhante a qual perturba. Ruim que até hoje eu me lembro claramente de ter ouvido meu primo Luiz, brigando comigo, pra ir visitá-la no hospital, 2 dias antes da notícia podre. Não queria ir, pois jogar futebol na rua e Super Nintendo na locadora era muito mais divertido.
Com 5/6 anos, segundo minha mãe com alzheimer (hehehehehe..)

Até os 14, passei por uma fase de adaptação. Sem certezas de onde ia ficar e viver. Mudanças 1000. Novo colégio, agora mais perto, mas longe do que era minha realidade (em nova turma, dificuldades, aceitação é algo que ninguém quer precisar ter, mas todos querem ter), ainda mais quando se é o ‘playboy’ da turma. Começo a morar em definitivo com a minha mãe (a progenitora), aquela que não tem dó, que tem que educar e não mede esforços pra isso. Bairro novo, vida nova, novos locais, novos vizinhos, imposição de personalidade, mudo ou não mudo? Tudo isso após 3 meses de vida paradisíaca em Búzios (RJ), onde meu irmão era proprietário de um quiosque na beira da praia. A injeção de ego estava dada e esta sim, durou por um bom tempo. Terminado o primeiro grau, descubro que não ser mais um ‘classe média alta’ é bem mais complicado. Estudar numa escola estadual de 2º grau é mais ainda. Você é tachado, pisoteado, assaltado, encurralado, apanha e bate. Suspenso, entrando pra um novo mundo chamado “ou você tá com a gente ou vai se fuder”. Ou você faz parte, ou eles fazem a parte. Drogas. Um belo status que alimenta as mentes de fracos ignorantes que, por culpa de necessidades não supridas, buscam num delírio temporário algo que nem eles próprios sabem o que é. E tão poucos sabem com o tempo que, por fim, encontraram apenas o maior erro de todos. Surge meu primeiro estágio, ‘din-din’ no bolso e nada de juntar. Como é bom se ter o primeiro salário quando se é bem novo. Pois não há limites, não há o que nos impeça de gastar ‘a la vonté’. Exceto quando se descobre que tem que ajudar apagar a conta de luz, condomínio e até mesmo a comida que se vai comer. Afinal, meu mundinho bem sucedido, nerd e piegas estava indo por água abaixo .(segue em novo post, daqui 3 dias)

5 comentários:

  1. NÃO VEJO A HORA DE VIRAR A PRÓXIMA PÁGINA...

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  2. Nossa! Mas que viagem no tempo, hein!? Adorei e tbém não vejo a hora de ler a continuação. Escreve logo, vai!

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  3. Teus "dois dias" acabam à meia-noite.Posta logo!

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  4. Isso mesmo! Estamos esperando!

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  5. Tô adorando tua biografia...A foto então...o sorriso é o mesmo!!!

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