O presidente emérito do grupo RBS, Jayme Sirotsky, palestrou sobre o tema ‘A mídia em Transformação’, em evento promovido pelo hospital Mãe de Deus, na quinta-feira, 06 de agosto, em Porto Alegre. O evento, ocorrido no auditório Irmã Maria Jacomina Veronese, contou com a presença de várias personalidades da comunicação e da área médica, inclusive dos colaboradores do ComunicaRS. No auditório ‘Irmã Maria Jacomina Veronese’, Sirotsky trouxe ao público três focos de discussão: a revolução tecnológica e a interatividade, para onde vai a comunicação e os valores permanentes.
Sempre com um tom irreverente e didático, o presidente do Grupo RBS destacou a sobrecarga de informação (information overload), reforçando que, cada vez mais, a mídia necessita reorganizá-la, além de pensar na forma como é repassada ao público para que haja melhor esclarecimento e fácil compreensão. Em dados coletados pelo Ibope em 2008, nunca o brasileiro teve tanto acesso a informações como atualmente. Tal fato preocupa os grandes grupos midiáticos, pois há um crescimento quanto ao acesso à Internet e aos meios de informação alternativos. “É preciso avançar muito mais e, sobretudo, preservar os direitos como o de livre circulação de informações, inclusive àqueles relacionados à saúde. Nesse sentido, sempre haverá conflito”. E exemplifica com o caso da gripe H1N1 que, em pesquisa ao site Google, gera mais de 15,9 milhões de resultados. A forma como os meios de circulação estão cobrindo o surto da gripe foi questionada pelo palestrante.“É correta? Não é? É exagerada? Atende aos interesses melhores da sociedade, não atende?” E acrescenta: “Sempre surgem interpretações subjetivas que vão fazer que haja discussões sobre isso”, instiga Jayme.
Defensor da liberdade de imprensa, Sirotsky deixa claro que ela é irmã gêmea de outras liberdades, mas ressalta que a massificação da informação preocupa, ao considerar a forma como vem sendo repassada. Em curto tempo, ressalta Jayme, o que é moderno pode torna-se comum e, em poucas semanas, ultrapassado. A interatividade também fez parte da abordagem do palestrante. Para ele o leitor é um participante e não apenas um simples absorvedor de informação. E cita como exemplo o Irã, onde os inconformados com os resultados das eleições recorreram às novas tecnologias para burlar a censura de imprensa.
Quanto aos valores permanentes o destaque foi para a confiança da população nas instituições que atuam na mídia. Conforme a mesma pesquisa, os jornais ainda são o maior aliado da população, por atingir 63% da confiabilidade na informação que é transmitida. O impacto para as empresas de comunicação e para seus diferentes alvos de público é presente e prova que a sociedade quer e precisa se informar. O leitor necessita estar o mais próximo possível da oferta de informação que vem sendo produzida. Mesmo assim, ainda não há uma fórmula prática e simples de como fazer a notícia circular de forma adequada e confiável, através da Internet que, diferentemente das rádios e das televisões, já possui, em sua plenitude, um padrão de transmissão de informação.
A diferenciação dos meios está associada à forma de abordagem dos temas, procurando ir além do que a internet faz. A internet vem se tornando um foco de informação rápida e prática, mas não aprofundada e sem grandes detalhamentos. “É necessária a análise, o comentário e o detalhamento, para que a cidadania continue a se formar e a se qualificar” enfatiza Sirotsky.
Enquanto a mídia busca melhorias e novas fórmulas de manter a sua credibilidade, confiança e seu objetivo de atingir o público com conteúdos diversos e confiáveis, Jayme deixa claro que “todos nós sabemos que há muita coisa a consertar”. E complementa ao dizer que “a mídia precisa melhorar”.
Mazah, garoto! Parabéns pela matéria. Nota 11.
ResponderExcluirParabéns, dizem que a vida é arte do encontro, embora, hajam tantos desencontros, pela vida. muito bom te ver ao lado de um grande amigo de teu vô, me faz pensar...
ResponderExcluirSó de pensar que damos parabéns pros amigos porque o orkut nos avisa, já dá pra se ter uma boa idéia do quanto dependemos dessa tal multiplicidade comunicacional, né?
ResponderExcluirbjo lindo! Bacana a matéria!