quarta-feira, 26 de agosto de 2009

♪ "Do leme ao pontal..."



"...não há nada igual!" Diz o refrão de uma das músicas mais populares de Tim Maia que, na verdade, não tem nada a ver com o ocorrido no domingo, 23 de agosto, em Porto Alegre, quando houve consulta popular questionando alteração da lei complementar de n.º 470/2002, na qual previa a permissão ou não de construções habitacionais na área da orla do Guaíba.

Apesar do pleito ser facultativo, o resultado final divulgado às 19:30 contabilizou um total de 22.619 votos, sendo 22.574 válidos, 22 nulos e 23 em branco. Ao todo, 330 urnas foram disponibilizadas em 89 locais da capital. Participaram da apuração funcionários da prefeitura e doTribunal Regional Eleitoral (TRE), juntamente com o prefeito José Fogaça e seu vice, José Fortunati, que acompanharam a apuração no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa.

O ‘não’ ganhou, com 80,7% dos votos válidos, mas muito me questiono quanto a verdadeira necessidade de ter havido um plebiscito desses,inédito no Brasil, e que remete a muitas questões de interesse público e privado. É possível considerar que uma capital com mais de 1,3milhão de habitantes, valide uma eleição com pouco mais de 20 mil pessoas participantes? Investiu-se mais de meio milhão de reais para tal e, para muitos opinantes de mídia, não existiria necessidade de tamanho investimento, já que a lei estava aprovada desde 2002 e não permitiria obras de âmbito residencial. Isto sem considerar outros setores que necessitam investimento. Na verdade, sua alteração sempre fugiu do padrão e da cultura bairrista e provinciana da nossa capital. É mais do que necessário destacar que os votantes do sim têm a vontade de mudar essa imagem e por tal, investiriam não somente em ideais como em esforços para que haja uma maior modernização de Porto Alegre.

Seria insano deixar de lado também o investimento maciço do programa Pró-Guaiba, do governo do Estado que passados 20 anos não conseguiu alcançar o seu objetivo inicial, assumido agora pelo Programa Socioambiental (Pisa), criado em 2007, que prevê um investimento superior a R$ 400 milhões. Este promete a recuperação das águas do nosso cais até 2012. Houve também a substituição da antiga vila‘Cai-cai” pelo Instituto Iberê Camargo, mas esqueceu-se de verificar algumas residências que historicamente ocupam as regiões da orla, não sabendo-se nem por quem autorizadas. Muitas delas passando por cima doprevisto na lei federal (n.º 4771/65) que considera como Àrea de Preservação Permanente (APP) as margens ao longo dos cursos de água e que deve ser respeitado o limite de até 500m para construções de qualquer gênero.

A única certeza que se tem, portanto, é de existir muito calor e apreço pelos 72 quilômetros que formam a orla do gasômetro. Sendo reconhecido internacionalmente como um dos mais belos pôr do sol, recebeu um abraço ao final do dia, num gesto emocionante e valoroso dos portoalegrenses e que destaca, acima de tudo, o respeito mútuo de todos os que votaram pelo não ou pelo sim.

5 comentários:

  1. Bom dia meu caro Emmanuel, na minha opinião para este tipo de obra, direi sempre não, tenho certeza que existem obras bem mais importantes para se realizar na orla, do que intereses meramente financeiros, os quais sempre são locados investimentos com muita velocidade. Creio ser muito mais interesante para o homem e para a natureza, despoluir o nosso guaíba, para a população poder ter acesso à praia, também a uma melhor qualidade de vida, lembro que já se vão mais de duas décadas que "iniciaram", a despoluição do guaiba, muito divulgada na época, quando então foi divulgado que em dez anos o povo gaúcho poderia até tomar água diretamente do guaíba, como foi demonstrata após cinco anos do início das obras, por um engenheiro japonês, na época um dos comandantes do evento. è realmente lamentável os descaminhos e o desinterese de nossos governantes em relação ao Guaiba, enquanto que em países europeus, onde a água, é coisa rara os rios hoje são tratados como nós deveríamos, também não podemos esquecer, que é dali que bebemos nossa água de todo dia, que ironia, não é poluir, poluir, depois tratar e beber

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  2. Não sinta minha falta por aqui...é que eu prefiro quando os posts são mais pessoais...não matérias. Gosto de te ler e não de ler os outros, entende? A propósito, postei mais coisas no blog. Só dá eu lá. Atucana a Manu e escreve também!

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  3. muito pano pra manga ainda, onde rola muita grana as vezeS pa$$am por cima de lei$

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  4. Emmaaaa
    Nos pexamos no Donna certo! Eu infelizmente não poderei ir hoje, mas a partir de amanhã estou por lá! Vários clics! hehehe. Adicionei teu blog também. Bjo

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