segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Jayme Sirotsky fala sobre a multiplicidade dos meios de comunicação

O presidente emérito do grupo RBS, Jayme Sirotsky, palestrou sobre o tema ‘A mídia em Transformação’, em evento promovido pelo hospital Mãe de Deus, na quinta-feira, 06 de agosto, em Porto Alegre. O evento, ocorrido no auditório Irmã Maria Jacomina Veronese, contou com a presença de várias personalidades da comunicação e da área médica, inclusive dos colaboradores do ComunicaRS. No auditório ‘Irmã Maria Jacomina Veronese’, Sirotsky trouxe ao público três focos de discussão: a revolução tecnológica e a interatividade, para onde vai a comunicação e os valores permanentes.



Sempre com um tom irreverente e didático, o presidente do Grupo RBS destacou a sobrecarga de informação (information overload), reforçando que, cada vez mais, a mídia necessita reorganizá-la, além de pensar na forma como é repassada ao público para que haja melhor esclarecimento e fácil compreensão. Em dados coletados pelo Ibope em 2008, nunca o brasileiro teve tanto acesso a informações como atualmente. Tal fato preocupa os grandes grupos midiáticos, pois há um crescimento quanto ao acesso à Internet e aos meios de informação alternativos. “É preciso avançar muito mais e, sobretudo, preservar os direitos como o de livre circulação de informações, inclusive àqueles relacionados à saúde. Nesse sentido, sempre haverá conflito”. E exemplifica com o caso da gripe H1N1 que, em pesquisa ao site Google, gera mais de 15,9 milhões de resultados. A forma como os meios de circulação estão cobrindo o surto da gripe foi questionada pelo palestrante.“É correta? Não é? É exagerada? Atende aos interesses melhores da sociedade, não atende?” E acrescenta: “Sempre surgem interpretações subjetivas que vão fazer que haja discussões sobre isso”, instiga Jayme.

Defensor da liberdade de imprensa, Sirotsky deixa claro que ela é irmã gêmea de outras liberdades, mas ressalta que a massificação da informação preocupa, ao considerar a forma como vem sendo repassada. Em curto tempo, ressalta Jayme, o que é moderno pode torna-se comum e, em poucas semanas, ultrapassado. A interatividade também fez parte da abordagem do palestrante. Para ele o leitor é um participante e não apenas um simples absorvedor de informação. E cita como exemplo o Irã, onde os inconformados com os resultados das eleições recorreram às novas tecnologias para burlar a censura de imprensa.



Quanto aos valores permanentes o destaque foi para a confiança da população nas instituições que atuam na mídia. Conforme a mesma pesquisa, os jornais ainda são o maior aliado da população, por atingir 63% da confiabilidade na informação que é transmitida. O impacto para as empresas de comunicação e para seus diferentes alvos de público é presente e prova que a sociedade quer e precisa se informar. O leitor necessita estar o mais próximo possível da oferta de informação que vem sendo produzida. Mesmo assim, ainda não há uma fórmula prática e simples de como fazer a notícia circular de forma adequada e confiável, através da Internet que, diferentemente das rádios e das televisões, já possui, em sua plenitude, um padrão de transmissão de informação.

A diferenciação dos meios está associada à forma de abordagem dos temas, procurando ir além do que a internet faz. A internet vem se tornando um foco de informação rápida e prática, mas não aprofundada e sem grandes detalhamentos. “É necessária a análise, o comentário e o detalhamento, para que a cidadania continue a se formar e a se qualificar” enfatiza Sirotsky.

Enquanto a mídia busca melhorias e novas fórmulas de manter a sua credibilidade, confiança e seu objetivo de atingir o público com conteúdos diversos e confiáveis, Jayme deixa claro que “todos nós sabemos que há muita coisa a consertar”. E complementa ao dizer que “a mídia precisa melhorar”.

3 comentários:

  1. Mazah, garoto! Parabéns pela matéria. Nota 11.

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  2. Parabéns, dizem que a vida é arte do encontro, embora, hajam tantos desencontros, pela vida. muito bom te ver ao lado de um grande amigo de teu vô, me faz pensar...

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  3. Só de pensar que damos parabéns pros amigos porque o orkut nos avisa, já dá pra se ter uma boa idéia do quanto dependemos dessa tal multiplicidade comunicacional, né?
    bjo lindo! Bacana a matéria!

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