terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Deu filho, já passou!"

Pois é, como era boa essa época né? Já que estamos no final do mês das crianças, começo com essa particularidade que tinhamos e que esquecemos. Era engraçado isso, a nossa mãe/pai simplesmente nos dizia "opaaaa, caiu!!! Ei, ei, ei! Já passou ó, to assobrando, viu?" E pimba! Tudo melhorava! Tudo passava e todo problema, toda dor ia embora.. aliás, QUALQUER dor.


Mas se era assim tão simples, porque mudamos? Porque deixamos que nossas convicções e nossos sentimentos nos derrubem? Nos façam de palhaços? E ignoramos esse aprendizado de superação inquietante e benevolente. Pois é, algum tempo atrás aprendi da pior maneira o que é o "ops, passou!". E admito, hoje não brinco mais disso com ninguém. Aliás, não faz muito ouvi de uma amiga dizer "Você tá diferente, tá pronto pra amar!" Eu realmente me surpreendi com isso. Aliás, rí muito ao ouvir isso. O que diria uma ex-namorada se ouvisse essa, capaz de eu ser até processado! (hehehe) Mas daí me pergunto: como se faz pra amar de verdade?



Na verdade não estamos prontos pra nada, nem se quer praquilo que mais planejamos, sonhamos, treinamos ou aprendemos. A verdade está na cara e não se impõe, já dizia Arnaldo Jabor. Quem impõe a verdade somos nós mesmos, quando a deixamos infiltrar nosso coração e não somente a nossa mente. Ela (a mente) é traiçoeira e só foi feita pra uma única coisa: PENSAR. Sentir é uma função que nosso cérebro não sabe muito bem o que é. E só nos damos conta disso quando o tempo já passou e as pessoas se foram e não adianta mais lamentar o leite derramado. Parece até que a vida brinca de nos enrrolar e sempre haverá o tal do contraponto (que só aparece nas horas cruciais). Tipo aquele cara bacana, resolvido, cheio de amor pra te dar vai aparecer, mas tu vai tá picando pelo malandrão que nem sabe direito a cor do teu cabelo. Aquela guria risonha, extrovertida e bonita (do jeito dela) vai te ajudar muito a conquistar aquela gata power turbo 2.0, mas pensando em como seria estar no lugar desta tal maravilha feminina. E agora? Cadê a mãe/pai não é mesmo?

E se acontece algo bacana, especial de verdade? Não, isso não acontece! Somos muito azarados e nos fechamos demais, temos medo. Não damos carona em dia de chuva e muito menos perguntamos "E ae, comé que tu tá?". Afinal, quem é que vai soprar se doer? (Ahhh era fácil, né?!) Cada dia que passa se reforça o velho ditado árabe "Não confie nem em seus dentes, pois mordem a tua lingua." É, tá faltando quem não se apegue aos ditados velhos da vida e que olhe pra frente. Pessoas que façam dos seus maiores erros grandes trampolins para uma vida feliz.


Ser sincero com alguém? Pra quê? Nem sei bem o que é isso mesmo e to muito bem assim obrigado! (aham, sei!) Não ser sincero consigo mesmo é mato e, desta vez, acho que há um grande vencedor: a solidão coletiva. Pois somos cada vez mais solitários! E é dela que queremos e iremos viver se não deixarmos de ser tão egoístas e desapegados aos sentimentos que nos faziam mover montanhas. Ligamos nossos fones de ouvidos e saímos por aí, "felizes"...
Hoje o mover montanhas tem outro nome, é cafona e ainda pode te fazer feliz.
Pra que isso? Não queremos isso! Ninguém quer isso! Ninguém!

3 comentários:

  1. natalia livi25 outubro, 2011

    Que delícia de ler!!!!

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  2. olha meu amigo....somos parecidos... as vezes preferimos ficar sozinho do que se arriscar a ter uma desilusão!eu cheguei a conclusão depois de mto....não vale a pena!

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  3. Tu escreves muito bem, Emma!
    Porém, se é mural de comentário, me dou o direito de não aceitar tudo que foi escrito.
    Há pessoas (minoria da minoria) que dão carona em dia de chuva, perguntam com verdade como você está, e se precisar, essas pessoas assopram o machucado. São as chamadas pessoas altruístas. A maioria escolheu a solidão coletiva, oriunda da falta de caráteres elegantes, finos e sinceros. Pode confiar nos teus dentes. Eles mordem a língua de vez em quando. Mas a razão de eles existirem é muito mais importante que uma mordida. Moral do blá blá blá: não cai na tentação de desacreditar nas pessoas, na humanidade.
    É o mais fácil... mas é para os fracos.
    Tu és forte e sabe (sim!) atrair gente legal, do Bem, altruísta, que vão lhe mostrar novamente que o mundo não tá acabado não...
    E muitos ainda vão assoprar teu machucado.
    Beijokas, querido!

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