quarta-feira, 27 de julho de 2011

3 músicas e alguns cliques...

Acho que este será o meu primeiro post sobre algumas coisas que percebi ao longo das oportunidades que tive como fotógrafo em shows. Pode parecer exagero, mas pelo menos pra mim, contar como foi um show em alguns cliques durante poucos minutos é uma missão e tanto! Está ali a coisa toda, a mil, bombando! Geralmente é preciso ser ágil e veloz nas percepções. Representar 2 horas de show muitas vezes nem tendo se quer 14 minutos para se executar a cobertura (as tão famosas 3 músicas), não é pra qualquer um.

-Raimundos, bar Opinião.


Quando me deparo com um show para fotografar não costumo pensar somente nos quesitos fundamentais como enquadramento, velocidade, sensibilidade de luz, fotometria, etc. A maioria das vezes o segredo não depende de dedos ágeis na hora de apertar o botão. É preciso se conectar ao evento, tentar trazer ao máximo a emoção daquele momento e fazer com que quem olhe para aquela imagem sinta e lembre com detalhes como foi estar lá naquele momento ou, até mesmo aquele que não pode ir, consiga pensar “nossa, perdi um p¨%$ show!”.





- *fotos: tributo a Bon-Scot, AC/DC; LCD Soundsystem, Casa do Gaúcho; Raimundos, bar Opinião//
Muitas vezes somos naturalmente envolvidos de muita emoção, por estarmos ali diante de um ídolo, um ser que representa muito pra nós e sem dúvida pra todas aquelas quantas mil pessoas que foram lá para desfrutar deste momento. (confesso que uma vez eu tremia todo ao apertar a mão do Moby, engraçado foi ele próprio dizer pra mim relaxar – era nítido meu nervosismo). Já houve casos de o artista cortar o tempo para registro por causa de atitudes inconvenientes de colegas de profissão. Passar do limite é um tanto arriscado, ainda mais tratando-se de artistas internacionais. Resultado: isso pode prejudicar não somente a sua cobertura como ao demais profissionais, fazendo com que o artista possa, conseqüentemente, vir a ter uma má impressão local. Mas após muitas oportunidades que recebi, acho bacana compartilhar algumas dicas que absorvi de revistas e blogs mescladas com algumas percepções pessoais do que acredito que possa vir a facilitar um pouco a vida de quem estiver entrando nessa barca pela primeira vez. Humildemente, o aprendizado na fotografia apesar de constante, acho que eu teria desenvolvido muito melhor meus primeiros trabalhos se tivesse tido estas dicas:

- isente-se da situação, por mais fã que seja, lembre-se que está a trabalho.

- procure no Youtube vídeos de shows recentes da banda que irá fotografar (isso dará uma breve noção de como é a produção do show, se há telão ao fundo, lasers e afins)

- se já tiveres uma assinatura de trabalho e/ou marca d’água, aplique-a. Este tipo de foto costuma ser muito utilizado por blogs e sites, isto evitará mal uso do seu material.

- procure fazer no mínimo um retrato de todos integrantes da banda/grupo

- platéia é fundamental, dê atenção para ela também. Se for possível, enquadre uma foto em que ‘aproxime’ a banda do público.

- conheça a equipe de produção do evento, pergunte se haverá algo de diferente, inusitado, algo performático ou que fuja do convencional. Isto te dará vantagem sobre os demais na hora de se posicionar.

- esteja preparado para gelo seco, fumaças, líquidos e tudo mais que poderá vir a atingir o seu equipamento.

- e, por fim, evite (se possível, jamais use) flash para fotografar shows e espetáculos. Há um ensaio de luz antes do evento e, acredite, ela dará o clima ideal para cada música.

Qualquer dúvida mais específica, sobre equipamentos, configurações, etc. estou a disposição. Mas acho fundamental o fotógrafo buscar a sua forma de experimentação e ir se adaptando conforme as ituações que vão aparecendo. Até porque não existe receita de bolo pra este tipo de fotografia, mesmo não sendo um fotógrafo experiente ainda, acho que cada um encontra a sua maneira de fazer o registro e ela sim será a mais ideal de trabalho, não a de outra pessoa.

- Shakira, Pop Music Festival, FIERGS.


E acima de tudo, o mais importante é ir a campo, buscar a prática constante, arriscar ao máximo todo tipo de fotografia que lhe vier na mente. Não é preciso uma super objetiva, nem uma super câmera. Mas pulso firme é fundamental para este tipo de trabalho (no caso de estar num ‘pit’ a frente do palco, principalmente e, ainda mais, no meio da área VIp da platéia) e estar à vontade com o ambiente criado. Atenção plena lhe ajudará muito no resultado final, dando brilho na cobertura do evento com o máximo de detalhes possíveis. Qualquer dúvida, opinião manda no twitter: @edenaui ou Facebook: /emmanuel.denaui. Abração e muita luz pra todos nós!

*fotos, LDC Soundsystem na Casa do Gaúcho; Franz Ferdinand no Pepsi on Stage.

Um comentário:

  1. Thais Bisogno27 julho, 2011

    "Valeu pelas dicas!" não seria adequado.
    Um "Porr*, Emma! Tu estás evoluindo MUITO no teu trabalho!" E ainda um baita "Parabéns!!!" vem ao caso!
    Não é só clicar... tem que sentir o momento, fazer parte dele, ser a própria fotografia. Como eu sempre digo, tem de ter sensibilidade!
    Muito sucesso sempre, meu querido amigo!
    Vai longe, pode crer! Beijinhos!

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